domingo, 9 de fevereiro de 2020

As energias e os chakras na Transição Planetária (Parte 2)


Os Chakras

INTRODUÇÃO

A palavra “Chakra” vem do Sânscrito e significa “roda de luz”. Os Chakras são centros de energia, que representam os diferentes aspectos da natureza sutil do ser humano. O estudo anatômico e funcional desses centros de energia mostram que eles se apresentam no formato de circunferência possuindo no centro do diâmetro um pequeno orifício, denominado de vórtice chakral, por onde as energias são absorvidas para o interior do corpo ou são externadas em processo de emanação.
Para o clarividente é notório a constante rotação dos chakras formando em seu vórtice um funil de energias que entram e saem constantemente de todos os seres. A direção rotacional pode ser horária OU anti-horária, dependendo exclusivamente de cada indivíduo e de suas características naturais. Apenas o chakra cardíaco possui a peculiaridade anatômica, em todos as pessoas, de realizar os dois sentidos rotacionais concomitantemente, fator este que será melhor elucidado na apresentação desse vórtice de energia.


Os crakras estão localizados no corpo duplo etérico que é uma subdivisão do corpo físico. Se enraízam para a anatomia física através do sistema nervoso, criando conexões profundas com as glândulas. São sete o número de Chakras principais que se localizam ao longo da coluna vertebral do corpo humano.
 Cada escola esotérica ou religião espiritualista trabalha os chacras de forma peculiar, por isso encontramos em buscas na internet várias abordagens e metodologias que consideram os chakras principais de formas diferentes. Nenhuma das formas apresentadas esta errada, apenas cada uma delas se adequam melhor ao trabalho desenvolvido por cada grupo.
Diante o estudo e o desenvolvimento das técnicas apométricas foi estabelecido pelo Centro Espírita Luz Divina, como chakras principais, aqueles que seguem o fluxo energético da coluna vertebral, sendo o primeiro o que nos conecta com a energia da Terra (telúrica) e o último aquele que realiza a interligação com as energias cósmicas. Segue abaixo uma imagem para elucidar a nossa metodologia de trabalho:


1 - VERMELHO: CHAKRA BÁSICO

2 - LARANJA: CHAKRA GENÉSICO

3 - AMERELO: CHAKRA PLEXO SOLAR

4 - VERDE: CHAKRA CARDÍACO

5 - AZUL CLARO: CHACRA LARÍNGEO

6 - AZUL ESCURO: CHAKRA FRONTAL

7 - VIOLETA: CHAKRA CORONÁRIO

Obviamente sabemos que existem outros chakras que podem ser considerados como principais, porém conceituamos eles como secundários optando por trabalhar apenas com os sete apresentados acima.
Os três primeiros chakras compõem o grupo que denominamos de vórtices inferiores, ou seja, eles captam, recebem e processam a energia telúrica para dentro do ser, tornando-a mais leve à medida que é transmitida do primeiro chakra para o segundo e do segundo para terceiro. Ao chegar no plexo solar a energia terráquea estará menos condensada, apresentando assim as condições necessárias para se unir com a energia vital e a energia cósmica processada.
Os chakras 5, 6 e 7 compõem os vórtices superiores que possui a responsabilidade de receber e processar as energias cósmicas deixando-as mais condensada e mais compatível com a natureza evolucional humana, proporcionando assim as condições necessárias para completa absorção do organismo.
No chakra cardíaco ou chacra de interligação encontram-se as duas energias (telúricas e cósmicas), já processadas pelos vórtices inferiores e superiores e preparadas para se unir com a energia biológica do indivíduo, que se concentra nesse local. Quando unificadas formam a composição energética que alimenta todo o ser humano.
A partir de agora apresentaremos as características peculiares a cada um desses vórtices de energia considerados principais, para melhor compreendermos o funcionamento de cada um deles.

CHAKRA DA BASE OU BÁSICO




Nome sânscrito: Muladhara (base de apoio);
Cor: vermelho e preto;
Mantra: LAM;
Cristais: Turmalina Negra, Obsidiana, Quartzo Fumê e Rubi;
Elemento: terra;
Corpo áurico: Físico;
Correspondência física: Coluna vertebral, ossos, dentes, unhas, reto, intestino grosso, próstata, pernas e pés;
Cromoterapia: Vermelho claro e brilhante - aquece, anima traz vitalidade e coragem;

O chakra básico está ligado a nossa energia física, ele fica entre a área genital e o ânus, atuando também no cóccix. Sua energia se espalha por todo o corpo e ele é o responsável por todos nossos instintos básicos, nossa vontade e motivação de viver dependem de seu alinhamento.
É responsável pela vitalidade e pela manutenção dos aspectos sólidos do corpo. É também fonte do fogo serpentino ou kundalini[1]Localiza-se na base da coluna vertebral, tem quatro pétalas, é visualizado na cor vermelha, com a sua rotação GERALMENTE para a esquerda.


[1] Kundalini é uma energia que funciona em todo ser humano, em maior ou menor grau, energia esta que percorre toda a coluna vertebral até o cérebro, mantendo todo o organismo astral em perfeito funcionamento e vitaliza os outros chacras, além de emitir uma quantidade considerável de energia fortalecedora ao médium, para preveni-lo de choques astrais.
 O chakra básico representa a manifestação da vida física. Portanto, do 1° ao 7° ano de vida, a criança deve aprender a enraizar-se, se estabelecendo nas leis de seu mundo e aprendendo a regular suas vontades de comer e de beber, a fim de criar um comportamento adaptado a sua identidade terrestre.
Pessoas vivendo motivadas pelo chackra básico tem um comportamento violento ligado à insegurança e chegam a dormir 10 à 12 horas sobre o estômago. São normalmente materialistas e pragmáticas.
Quanto maior o diâmetro desse chakra, mais conectado com o mundo material este indivíduo está. A busca desse ser está assim, totalmente focada no âmbito materialista, se contrapondo à busca pela fé e ao processo de espiritualização natural do ser.
O chakra básico está relacionado com as glândulas suprarrenais, cujos hormônios são parte essencial de manutenção da vida no corpo.
Quando equilibrado este chakra ativa os demais vórtices principais e liga o indivíduo ao seu planeta e a todas as criaturas que nele habita, absorvendo diretamente a energia da terra e transmitindo-a para todo o corpo através da circulação sanguínea.
A harmonia nesse chakra contribui para o ser se sentir seguro e confiante, obtendo sempre força e coragem na sua trajetória. A sua gratidão é constante à todas as forças do universo.
A desarmonia desse chakra indica que a insegurança está presente nesse indivíduo e, este fator, pode estimular a busca aos vícios, como por exemplo, comidas e bebidas. Por não confiar em ninguém, e para se proteger, esse ser pode buscar afastamento entre aqueles que estavam mais próximos, podendo chegar a depressão.
Oriundo da desarmonia desse chakra as pessoas podem desenvolver no corpo físico patologias e psicopatologias como fibromialgia, devido a rigidez mental, prisão de ventre, problemas renais, câncer de próstata, entre outras.

CHAKRA GENÉSICO OU SACRO




Nome sânscrito: Swadhisthana (nosso próprio lugar)
Cor: Laranja
Mantra: Vam
Cristais: Calcita e citrino laranja
Elemento: água
Corpo áurico: corpo etérico
Correspondência física: gônadas (testículos ou ovários), sistema reprodutor, intestinos, vias urinárias.
Cromoterapia: Laranja vibrante.


Este chacra está ligado aos órgãos sexuais, sendo este responsável por sua vitalidade. Sua localização está entre o umbigo e o osso púbico.Possui seis raios ou pétalas que giram GERALMENTE no sentido anti-horário. Sua cor é laranja possuindo ainda alguns tons avermelhados.
Quanto mais for estimulado, mais depressa seus raios girarão, durante o qual várias partículas energéticas são soltas,vitalizando o sangue e o corpo astral. Seu bom funcionamento produz entusiasmo,ânimo, força e resistência física e mental e traz boa disposição ao sistema nervoso.Quando mal ativado, traz o abatimento e a fraqueza física e moral.
Quando este chacra é ativado e se ilumina, todos os seus raios se ativam em sua força total, havendo aí a chamada iluminação, que é quando todas as portas astrais se abrem para a visão e o contato, estando assim o indivíduo em condições de se ligar a outros planos facilmente.
Mas isso só acontece em caráter positivo quando o indivíduo possui uma moral límpida e um caráter correto, isento de falhas e sentimentos negativos. Nesse caso, dizemos que ocorreu a ascensão de Kundalini.
As gônadas são a ligação glandular para este chakra.  São os testículos no homem e os ovários na mulher. Fazem parte do sistema endócrino, células secretoras com capilares nas regiões adjacentes ligadas pelo tecido conjuntivo. A glândula pituitária às vezes é chamada de "glândula mestra". Ela poderia ser considerada como a regente de uma orquestra glandular. Ao seu "comando", os hormônios são secretados dos testículos e dos ovários. Aqui, há uma relação óbvia com a fertilidade e com o desempenho, com os impulsos e com os instintos sexuais. A secreção das gônadas assegura que os processos naturais - tais como a puberdade - aconteçam normalmente, no momento apropriado. Quando há disfunção nesses aspectos do crescimento, o trabalho específico com o chakra genésico ajudará uma vez mais no processo de cura.
Na verdade, a função desse chakra ultrapassa em muito a função genital. Ele também controla as vias urinárias e as gônadas (glândulas endócrinas: testículos no homem; ovários na mulher) e é responsável pela vitalização do feto em formação (função essa que divide com o chakra básico). Aliás, a ligação desse dois chakras é estreita demais. Isso se deve ao fato de que parte da energia kundalini é veiculada do básico para dentro do chakra sacro. É por esse fator que alguns tibetanos consideram esses dois chakras como um único centro.
Devido à sua intensa atuação energética na área genital, o chakra sacro normalmente é suprimido por várias doutrinas espiritualistas ocidentais, muito presas à condicionamentos antigos sobre sexualidade. Muitas delas colocam o chakra esplênico em seu lugar. O motivo disso é simplesmente o tabu em relação à questão sexual. 
Os orientais não sofreram a repressão sexual imposta aqui no Ocidente pelo Cristianismo. Daí, não hesitaram em classificar o chakra sexual como um dos principais centros de força do campo energético. Porém, consideraram o chakra do baço apenas como um centro de força secundário. É por isso que eles falam em sete chakras principais. Aqui no Ocidente, também fala-se de sete chakras principais, mas costumam exonerar o chakra sexual da classificação e colocar em seu lugar o chakra do baço.
Este chakra controla o desejo, as emoções, o prazer e o campo das ideias, ou seja, as áreas utilizadas para criar (co-criação/animismo). Em desarmonia o ser apresentará ciúmes e alteração na libido.
Uma das maiores responsabilidades do chakra genésico é a reprodução criativa do ser, por isso nele se concentra uma das fontes energéticas básicas do ser humano: a energia criadora. Ele espalha essa energia para os demais vórtices principais, para posteriormente ser difundido para o resto do corpo duplo etérico, através dos nádis. No físico a energia criadora para além de se concentrar no sistema reprodutor, ela também está presente nas hemácias para através das mesmas alimentar todo o envoltório carnal utilizando a circulação sanguínea.
Atualmente devido o desregramento humano com o sexo, tem-se observado muitos processos de obsessões complexas se instalando nesse chakra. Isto ocorre devido a energia criadora ser alimentada manter íntima ligação com sentimento amoroso. Como as relações sexuais na sociedade contemporânea, em sua maioria, são estimuladas pela paixão e o desejo carnal, estas emoções dão abertura negativa para que espíritos obsessores se alimentem dessas energias de baixo padrão vibratório.
Devemos nos vigiar quanto aos parceiros sexuais escolhidos pois, durante o sexo há uma troca de energia criadora estabelecendo assim, uma profunda conexão entre os chakras genésicos. Caso a relação não seja abastecida pelo amor e o comprometimento mútuo podemos dar abertura para processos obsessivos se instalarem.

CHAKRA PLEXO SOLAR




Nome sânscrito: Manipura (Jóia brilhante)
Cor: Amarelo
Mantra: Ram
Cristais: Citrino, pedra do sol e pirita
Elemento: fogo
Corpo áurico: corpo astral
Correspondência física: principalmente pâncreas, mas também está conectado com o baço e o fígado.
Cromoterapia: Amarelo vibrante

Esse chakra possui 10 pétalas e está localizado entre o umbigo e o estômago. Ele está sofrendo muitas alterações anatômicas neste período de transição. Conhecido por ser um triangulo de rotação, ganhou a denominação de plexo solar, por ser a união entre os chakras esplênico, umbilical e gástrico. As novas energias que estão entrando no planeta Terra irão fazer com que esses chakras ajam conjuntamente e, gradualmente, tornem-se apenas um: o plexo solar.
Logicamente, existem variações entre indivíduos. Para alguns clarividentes, em algumas pessoas ainda é possível visualizar os três chakras separadamente, mas em outras já não há mais distinção entre o umbilical e o gástrico. Esse processo de união é totalmente dependente da evolução moral do ser e da aceitação do mesmo quanto a recepção das novas energias oriundas da transição planetária.
Sabemos que ao entrarmos na Nova Era de Aquário esse chakras estarão juntos, com um número bem maior de pétalas e em uma frequência vibratória superior a atual.
Este chakra rege nossa autoestima, o ego, o foco, a boa relação consigo mesmo e com os outros, nossa determinação, motivação, atitude, auto controle, brilho, poder pessoal e satisfação. Quando bem equilibrado, ele nos auxilia na conscientização acerca de nosso próprio valor, nos tornando flexíveis, traz a alegria, energia, calor humano, poder.
 É também um chakra muito utilizado pelos médiuns, em processos de materialização e contatos com seres de outros planos, por ser um centro que armazena muitas energias.
Quando o plexo solar está em completa desarmonia emoções como o medo, o ódio e a raiva passam a dominar completamente o ser, ligando-o com a as vibrações inferiores. Nessas ocasiões pode gerar estresse, baixa autoestima, incapacidade de lidar com o dinheiro, raiva, arrogância, soberba, personalidade sugestionável e influenciável, falta de determinação, dentre outras disfunções.
No corpo físico este chakra está conectado com as glândulas incialmente citadas mas, também com a parte inferior das costas, cavidade abdominal, sistema digestivo, estômago, vesícula biliar e sistema nervoso. Ou seja, se esse chakra se mantiver por um longo período em desarmonia, as energias nele acumuladas poderão geram um problema em qualquer uma das regiões aqui apresentadas.
Outra particularidade sobre esse centro é a sua capacidade de perceber as tensões, captar as energias de pessoas e locais. Aquela sensação incômoda no estômago, muitas vezes um enjôo, quando estamos em alguns locais, ou diante de algumas pessoas, pode ser uma reação desse chakra à circunstância presente.
A sede da nossa personalidade está no terceiro chakra. É nele que moram nossos desejos e todas as nossas simpatias e antipatias. Sabe aquela pessoa que você não simpatiza? Esta emoção é registrada neste centro de energia. Se a relação for conflituosa, pode inclusive alterar o funcionamento do sistema digestivo, afetando diretamente algum órgão. Distúrbios contínuos podem desestruturar tanto, que o corpo físico não resiste e adoece. É nesta consciência vital que acabamos criando doenças.
O hipofuncionamento desse vórtice de energia faz a pessoa se sentir abatida e sem ânimo. Tudo parece um obstáculo que impede a realização de seus desejos. Toda esta sensação lhe causa medo, podendo até desenvolver uma depressão ou pânico.


[1] Kundalini é uma energia que funciona em todo ser humano, em maior ou menor grau, energia esta que percorre toda a coluna vertebral até o cérebro, mantendo todo o organismo astral em perfeito funcionamento e vitaliza os outros chacras, além de emitir uma quantidade considerável de energia fortalecedora ao médium, para preveni-lo de choques astrais.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Sistema Nadis e a Energia Kundalini





Os Nadis são uma imensa rede e complexa de energias fluídicas, um sistema interno intangível, paralelamente ao dos nervos do corpo, o qual é a exteriorização de um cânon interno de energias. Não existe, no entanto nenhum outro termo em nenhum idioma para a antiga palavra nadis, porque a existência desse sistema subjetivo ainda não foi reconhecida, e no Ocidente prevalece o sistema materialista dos nervos. A ciência ocidental ainda não reconhece esse conceito.
            Quando esta substância sutil composta de fios de energia for reconhecidamente uma parte etérica paralela aos nervos tangíveis, estaremos dando um grande passo com relação à saúde e à doença. Esta rede de nadis forma uma rede muito bem definida de vida.                                                                                                                                                              
Os nádis determinam, portanto a natureza e a qualidade do sistema nervoso com suas extensas redes de nervos e plexos por todo o corpo físico. Os nádis e consequentemente as redes de nervos estão principalmente relacionados com dois aspectos do corpo físico, os sete centros maiores do corpo etérico e a coluna vertebral com a cabeça.                                                                                                                                 
Quando se reconhece a relação que existe entre os nadis e os nervos, juntamente com os centros e a coluna vertebral, os métodos médicos e psiquiátricos evoluem muito. A experiência mostra que fazendo uma relação mais estreita entre ambos os nadis e os nervos – se controla mais rapidamente a doença.                                                                                                                 Os nádis do corpo físico têm relação com o espírito; os nervos com a alma. Aquilo que parece em sua exteriorização conjunta é o sistema endócrino que corresponde à forma ou à matéria. Os três, nádis, sistema nervoso e glândulas pertencem analogamente aos três aspectos divinos.                                                                                                                                                           
Respondem esotericamente a estes três aspectos e fazem com que o homem, no plano físico, seja o que é. Os três estão também condicionados pelos corpos astral e mental, que fazem um canal direto de comunicação com os sete centros e a partir desses centros, o sistema de nadis, nervos e glândulas.                                                                                                                                                                             Os três sistemas maiores dentro do ser humano nervos, nádis e glândulas expressam, por meio do físico, a condição ou grau de desenvolvimento dos centros ou chacras. A energia que representam é distribuída por todo corpo através da corrente sanguínea.
A ciência moderna já reconhece que a corrente sanguínea distribui certos elementos liberados pelas glândulas. Ainda não reconhece a relação entre as glândulas e os chacras como um sistema intermediário entre nádis e nervos. O próximo grande passo que dará a medicina será o reconhecimento da realidade do corpo etérico, substância física que está além da matéria densa.                                                                            
Quando os chacras são despertos, o sistema nervoso fica eletrizado e responde imediatamente à energia conduzida pelos nádis, cujo resultado será um sistema endócrino bem equilibrado. A vitalidade que fluirá através do corpo será então tão poderosa que o corpo físico estará imune às enfermidades, sejam elas inatas ou hereditárias. Na atualidade, com o desenvolvimento desequilibrado, alguns centros não estão despertos, e os abaixo do diafragma superativados.
Em consequência temos zonas internas do corpo em que os nádis estão em estado embrionário, outras em que estão altamente energizados. Estas condições desequilibradas produzem poderosos efeitos sobre o sistema nervoso e sobre as glândulas, conduzindo em alguns casos superestímulos e em outros (a condições anormais) falta de vitalidade, hiperatividade e outras reações indesejáveis que produzem inevitavelmente a doença. Essas doenças se dão como resultado de tendências hereditárias, ou predisposições inerentes ou aparecem como resultado do mau funcionamento dos centros que atuam através dos nádis.
Em suma, doença, incapacidade física de todo tipo e os numerosos e diversos aspectos da má saúde podem atribuir-se diretamente à condição dos chacras, pois estes determinam a atividade ou a passividade dos nadis, que por sua vez afetam o sistema nervoso, o sistema endócrino e a corrente sanguínea, responsável por distribuir essas condições a todas as partes do corpo. A função mais importante do corpo é a respiração, pois ela é responsável pela transferência de energia vital para o campo de energia individual e daí para o físico. É também um elo de ligação entre o físico e os veículos emocional e mental embora todos se interpenetrem. O físico, o etérico, o mental e o emocional são instrumentos do eu consciente durante toda a vida.


Energia Kundalini
Kundalini e os Condutos Sushumna, Ida e Pingala

De acordo com os iogues, existem dois condutos nervosos na coluna espinhal chamados IDA e PINGALA, e um canal ôco, ao qual chamam de "Sushumna;" Os gregos o chamavam de SPIEREMA, "correndo através da medula da espinha."No final mais baixo do canal oco está o que os iogues chamam de "Lótus da Kundalini." Eles o descrevem como uma forma triangular; dentro dele, na linguagem simbólica dos iogues, há o poder espiralado da Kundalini. Quando aquela Kundalini desperta, ela tenta forçar a passagem através desse canal oco. Conforme ela ascende passo a passo, camada após camada, a mente torna-se aberta, e todas as visões diferentes e poderes maravilhosos despertam para o iogue. Quando ela alcança o cérebro, o iogue torna-se completamente desapegado do corpo e da mente.
A alma encontra-se liberta. Nós sabemos que a medula espinhal é composta de uma maneira peculiar. Se tomarmos a figura do oito horizontalmente, existem duas partes que estão conectadas no meio. Supondo que você acrescente oito após, mais oito após oito empilhando-se um sobre o outro; isso representará a medula espinhal. O da esquerda é IDA e o da direita é PINGALA, e o canal oco que corre através do centro do cordão espinhal é o SUSHUMNA. Todos os três se encontram e se unem na parte mais inferior. No lugar onde a medula espinhal termina em algumas das vértebras lombares, uma fibra fina emerge para baixo e o canal continua a percorrer suave para dentro daquela fibra, só que bem mais fino. O canal é fechado na parte mais baixa, a qual está situada no que é chamado o plexo sacral – que, de acordo com a fisiologia moderna, está em forma triangular.                                                                                                                                            
Os diferentes plexos que têm seus centros no canal espinhal correspondem aos diferentes lótus ou chacras do iogue. O iogue imagina vários centros sutís (os chacras) começando pelo MULADHARA, ou o centro triangular básico, e terminando com o SAHASRARA, o lótus das mil pétalas no cérebro. Tome nota que se diz que ele ESTÁ no cérebro. A maioria, senão todos os escritores ocidentais e "autoridades" entendem que isso significa o cérebro. Mas não é bem assim. Diz-se NO cérebro, portanto isso não significa que o lótus das mil pétalas SEJA o cérebro. Logicamente isso não poderia ser tampouco, porquanto o cérebro é um orgão de função sensorial material e o Lótus das mil pétalas é de função psíquica e espiritual.
 Pesquisas recentes encontraram uma área no topo do cérebro que é DIFERENTE da "matéria cinzenta." Quando você faz os exercícios prescritos, ou outras práticas hinduístas, budistas, taoístas, sufísta etc., abrirá um centro no topo da cabeça através do qual nova energia é contatada, confirmando esse fato para você mesmo. Portanto, se tomarmos esses diferentes plexos como representando esses lótus, as ideais dos iogues podem ser facilmente compreendidas na linguagem da fisiologia moderna. Sabemos que existem duas fontes de ação nessas correntes nervosas, uma conduzindo para dentro e a outra para fora, uma sensorial e uma motora; uma carrega uma sensação para o cérebro e a outra do cérebro para o corpo exterior. Essas vibrações estão todas conectadas com o cérebro no final das contas. Vários outros fatos terão que ser relembrados para poder clarear o caminho para a explanação que vem a seguir.                     
 A medula espinhal termina no cérebro com aquilo que é chamado de PONS. Um órgão parecido com uma lâmpada na base da medula, o qual se diz que não está conectado ao cérebro, mas flutuando dentro de um fluido no cérebro, o que entre outras razões, serve para atuar como uma proteção de choque para esse orgão – um fato importante a ser lembrado. O PONS é o receptáculo dos centros que controlam essas funções vitais do corpo, como a respiração, os batimentos cardíacos, etc.                                                                                                                            
Segundo, de todos os centros você deve lembrar-se particularmente de três: o MULADHARA, que é o centro básico (chacra básico), o MANIPURA, ou o lótus do umbigo (chacra umbilical), e o SAHASRARA no cérebro (chacra da coroa ou chacra coronário). O muladhara é o receptáculo, o gerador da Kundalini. O manipura é o "Portal" ensinado em todas as leituras de ocultismo. Todas as escolas esotéricas fazem uso desse centro de uma maneira dinâmica para aumentar as energias que precisam ser manipuladas. O sahasrara tem sido chamado de "porta" através da qual outra energia é contatada. É o ponto do Samadhi – a fonte da Iluminação Espiritual (expansão da consciência, consciência cósmica). Agora vamos pegar um fato da Física. Ouvimos falar de eletricidade e de várias outras forças conectadas a ela. A eletricidade é associada com movimento. As moléculas que compõem a matéria são acionadas pela eletricidade. Geralmente movem-se em padrões específicos. Se todas as moléculas num quarto, ou num objeto são feitas para se moverem em uma direção, formar-se-á uma imensa bateria.                                                                                                                                                              
Outro ponto da fisiologia a ser lembrado é que o centro que regula o sistema respiratório, o sistema respiratório, tem uma espécie de ação controladora sobre o sistema das correntes nervosas. Agora vamos ver porque a respiração é praticada. Em primeiro lugar, da respiração ritmada vem a tendência para todas as moléculas do corpo moverem-se em uma direção. Quando a mente transforma em vontade, as correntes nervosas são transformadas em um movimento similar à eletricidade.                                                                                                                             
 Os nervos mostram a polaridade sob a ação de correntes elétricas, mostrando por sua vez que quando a vontade é transformada, as correntes nervosas são transformadas em algo parecido com a eletricidade. Portanto, quando todas as moléculas de um corpo se tornaram perfeitamente rítmicas, o corpo tornou-se uma bateria gigantesca de vontade. Essa vontade gigantesca, tremenda é exatamente o que o iogue deseja. Existe, portanto, uma explicação fisiológica dos exercícios de respiração. Eles tendem a trazer uma ação rítmica para dentro do corpo e ajudam o centro respiratório a controlar os outros centros. Na base da coluna, na área Sacral, existe uma área anular parecida com um canal, uma seção de osso que tem na realidade, três e meias espirais. Depois, no sexto VENTICLE tem o espaço vazio que percorre o centro da medula espinhal.
Considerando que tudo o mais nos ensinamentos iogues foi confirmado agora pela ciência ocidental, precisamos presumir que da mesma maneira pode ser demonstrado que esse canal é fechado na parte de baixo onde se une ao canal anular. É por essa razão que a energia acumulada, ou gerada ali, não pode ascender até que a clausura seja aberta. Mas, mesmo depois de ter sido aberta, deve-se AUMENTAR O INFLUXO, e é aí que entra a área do Plexo Solar (em realidade a área do umbigo). Por isso ele é chamado de "Portal". É interessante notar-se que os povos pelo mundo todo têm desenhado a serpente como estando em pé, conforme ilustrado adiante, e que a coluna se parece exatamente como a serpente se levantando. É também interessante que a base da coluna é o ÚNICO lugar do corpo todo onde todos os sistemas nervosos se unem num lugar comum de encontro. Os nervos simpático, o vago e cérebro-espinhais, todos se unem por anastomose na base da coluna. A clausura do canal na base da coluna explica porque os estudantes que realizam certas práticas sem a preparação correta, podem sofrer contusões ou então a morte! Se a energia é aumentada, para onde ela deverá ir? Ela tem que ir para algum lugar! Se "para baixo", produz um excesso sexual; se através do nervo vago ou simpático, produz doença; se subir pela coluna para dentro do cérebro, insanidade.                                                                                   
O objetivo do pranayama (prática respiratória) aqui é o de ascender o poder espiralado no muladhara chamado Kundalini. Tudo o que vemos ou sonhamos ou imaginamos, temos que perceber no espaço, que é chamado MAHAKASHA. Sempre que um iogue lê os pensamentos de outros homens ou percebe objetos supersensíveis, ele os vê em outro tipo de espaço chamado de CHITAKASHA, o espaço mental. Quando a Kundalini é despertada e entra pela medula espinhal, o SUSHUMNA, todas as percepções estão no espaço mental. Quando atinge o final do canal que de abre para o cérebro, a percepção não-objetiva está no espaço do conhecimento. Pense em "espaço" como relacionado à palavra "Akasha", e você irá compreender melhor esses conceitos. Ida e Pingala são os principais canais através dos quais essas correntes passam.                                                                                                                                                      
Se você conseguir fazer com que a corrente passe através do sushumna no meio da medula espinhal, você já resolveu o problema. O sushumna nas pessoas comuns, está fechado na extremidade inferior; nenhuma ação se processa através dele. O iogue propõe uma prática pela qual ele pode ser aberto e as correntes nervosas serem levadas a transitar através dele. Quando uma sensação é levada até um centro, o centro reage. Agora o centro no qual todas as sensações residuais ficam acumuladas é o muladhara, o receptáculo da base, e a energia espiralada é a Kundalini, conforme mencionado acima. É muito provável que a energia motora residual também esteja acumulada no mesmo centro, depois de estudo profundo ou meditação sobre o externo, objetiva a parte do corpo onde está situado o muladhara e torna-se quente. Se essa energia espiralada for despertada e ativada e conscientemente levada a viajar até o sushumna, ela atua sobre centro após centro e uma tremenda reação será desencadeada. Quando uma porção minúscula de energia percorre uma fibra nervosa, causa uma reação do centro de percepção e você tem ou um sonho ou imaginação.
O poder da meditação longa, interna, atua sobre a imensa massa de energia que está acumulada, e se alguma parte dela percorrer o sushumna e atingir os centros, a reação é tremenda e imensamente superior à reação do sonho ou da imaginação. Uma percepção supersensível ocorre. Quando chega na metrópole de tudo, no cérebro, a área inteira reage, e causa uma enorme labareda de iluminação, a percepção do Ser.
Conforme a força da Kundalini percorre desde um centro para o outro, a mente como era, abre-se e o universo é percebido pelo iogue pela forma sutíl causal. Agora para a prática do despertar da Kundalini e da abertura da clausura na base da coluna. É por causa dessa clausura na coluna que essa energia não pode subir pela coluna. Ocasionalmente, sob variadas circunstâncias, um pouquinho atravessa e então uma pessoa tem uma experiência de superconsciência, ou uma pequena iluminação, ou a nível mesmo de um gênio. Agora, para despertar a Kundalini, nós utilizamos a prática do pranayama somente com cada INSPIRAÇÃO pela narina esquerda.
Você envia uma corrente mental para baixo através da IDA, pelo lado esquerdo da coluna até o centro sacro básico da Kundalini, o muladhara, atingindo-o violentamente pela sua imaginação. Então, quando você exala a respiração através da outra narina você visualiza ou imagina ir trazendo aquela corrente PARA CIMA através do centro da coluna, através do sushumna, até a cabeça. Quando respira pela narina direita, você envia a corrente para baixo através do lado DIREITO da coluna, pelo PINGALA, atingindo outra vez violentamente o muladhara; mantenha lá a concentração, conforme lhe foi ensinado nessa fase do pranayama, e outra vez conduza a corrente pelo sushumna, o centro da coluna. O esforço mental de mandar uma corrente de poder forte como a eletricidade ao longo de sua coluna com cada uma das respirações. IDA, para baixo pelo lado esquerdo, e PINGALA para baixo pelo direito – e permanecer com o pensamento no muladhara, e depois trazê-lo pelo centro da coluna, juntamente com a respiração, é a maneira de promover o despertar da energia Kundalini. Ao fazer a khumbaka (depois de inspirar e expirar regular e normalmente através das duas narinas e repentinamente segurando na expiração), segure na expiração e coloque toda a sua atenção sobre o muladhara. Concentre toda a sua mente, seu pensar, seus pensamentos, seus sentimentos sobre o muladhara.
Outro exercício que ajuda a despertar a Kundalini é sentar-se e contrair a região retal o mais fortemente possível e segurar a tensão da contração na região retal. Enquanto mantém a concentração e a contração no muladhara na área do reto, tente levantar-se do chão. Isso deve ser feito quando sentado no chão com as pernas cruzadas. Coloque as mãos no chão, e enquanto você se concentra com a contração de seus músculos e nervos na região retal, tente levantar-se do chão e fique de pé contando até dez, depois se deixe sentar novamente. Relaxe por um minuto e repita. Faça esse exercício de se levantar com a contração dez vezes, duas vezes ao dia. Assim, você descobrirá que a Kundalini um dia despertará. Essas duas práticas – de mandar a corrente para baixo e para cima na coluna, e depois a Khumbaka com a tensão e contração e o exercício de se levantar – todos juntos servem para abrir esse canal e para despertar a Kundalini. É o despertar da Kundalini que faz com que realizações posteriores se tornem possíveis.
Os nádis são os condutos sutis de transporte de energia pelo sistema. Há milhares deles interligando vibracionalmente vários pontos energéticos no corpo sutil. Estão correlacionados com os mesmos pontos no corpo denso. Contudo, apenas dez deles é que são de grande importância na ativação dos chacras e da kundalini. E desses, são três os principais: Ida, Píngala e Sushumna. Esses nádis são importantes porque correm ao longo do duplo etérico da coluna, onde estão situadas as raízes dos chacras principais.



Estudo retirado da nossa segunda apostila apométrica.
Foto I: Pinterest/ Foto II: Superela.com

Apometria e Espiritismo




APOMETRIA E ESPIRITISMO

Estabelecer uma correlação entre Apometria e Espiritismo, além de ser algo difícil, devido a profundidade e novidade dos dois temas, é sempre um desafio, isso por que qualquer conhecimento novo tende a ser inicialmente combatido e rejeitado. Não procuraremos nesta oportunidade discorrer sobre os vários preceitos e postulados do Espiritismo, pois existe abundante material versando sobre o tema. Aqui interessa-nos mais as relações entre a Apometria e o Espiritismo e como estas duas correntes podem caminhar juntas.

A Apometria é muito mais uma metodologia de trabalho ou um conjunto de princípios voltados para técnicas do que propriamente uma doutrina codificada. Já o Espiritismo, por seu lado, possui um aspecto teórico e outro prático, ambos equilibrando-se e complementando-se. A Apometria é um saber extremamente prático e possui abertura suficiente para a construção de um campo doutrinário a partir das experiências que vão sendo realizadas com suas técnicas. Porém, talvez seja mais enriquecedor trabalhar com um conhecimento mais prático, que não se prende a dogmas ou a principios pré-estabelecidos. Com uma doutrina codificada, temos de caminhar da teoria para a prática, da revelação para a experiência, do conhecimento para a confirmação direta deste. 

A Apometria, ao contrário, é uma ferramenta que nos auxilia a ir do prático para a construção e reconstrução do teórico. Cada pessoa pode ter suas próprias experiências, ir diretamente verificar a validade de cada principio, posto que ela foi preparada para ser muito mais um instrumento, um meio, do que uma sistema. Dessa forma, a Apometria nos orienta e nos conduz para mais perto da base de onde emana todo o saber. Com a Apometria, não há tanta necessidade de crer para depois experimentar, é possível experimentar e dispensar mais rapidamente a crença.

Isso não significa que a Apometria não tenha sua própria base, porém, ela bebe de várias fontes e se configura como um sistema aberto que procura manter sua coesão a partir da experimentação de suas técnicas. O Espiritismo é uma doutrina que procura uma interpretação mais profunda do cristianismo, indo mais diretamente a fonte dos ensinamentos do Cristo. A Apometria, embora seja cristã, não se foca apenas nos ensinamentos de Jesus, mas de todos os grandes Mestres do passado e do presente que inspiraram a criação das diversas religiões e correntes de pensamento.

Espiritismo é basicamente mediúnico. O componente anímico é praticamente repudiado em alguns  meios espíritas. Acredita-se que o animismo é uma interferência da subjetividade do médium dentro do processo de conexão espiritual. Apometria procura mesclar a mediunidade com o animismo, criando uma terapêutica medianímica. O anímico e o mediúnico são duas faces de um mesmo processo de contato com diferentes planos de consciência. A Apometria não usa propriamente a mediunidade, mas também não a dispensa caso ela se apresente. Porém, a tendência dentro dos trabalhos apométricos é a utilização mais generalizada da vidência, no sentido da “visualização” dos planos sutis para a atuação através de energias e técnicas de depuração e harmonização dos níveis de consciência.

O Espiritismo descreve o desdobramento espiritual, mas não aprofunda em sua utilização prática. A Apometria fundamenta uma boa parcela de suas pesquisas no manejo do desdobramento, suas propriedades e aplicações. Porém, o sentido que se dá ao desdobramento no Espiritismo é apenas a saída consciente ou inconsciente do perispírito durante o estado onírico, o que se chama de desdobramento ou emancipação da alma. Na Apometria o desdobramento não se restringe apenas ao perispírito e ao corpo astral, mas aos múltiplos níveis e subníveis, além de desdobrar personalidades de vidas passadas e subpersonalidades. Tanto o Espiritismo quanto a Apometria realizam a desobsessão, porém na Apometria a desobsessão é encarada de forma mais ampla. Existe na Apometria o conceito de desobsessão complexa, que aborda elementos que não se limitam apenas à atuação de um espírito sobre o outro.

Assim, a Apometria  utiliza o desdobramento atuando no plano espiritual de forma mais simples e direta. O Espiritismo, apesar de abordar o tema, não apresenta os meios e as aplicações para a efetivação desse tipo de trabalho.

Dr. José Lacerda denomina-se espírita, embora não seguisse a risca todos os ensinamentos do Espiritismo. Dr Lacerda acreditava que o Espiritismo, mais do que uma religião ou uma filosofia, é uma realidade cósmica, transcendente, base e fundamento da cadeia de funcionamento dos mundos, planos, formas e vidas. O próprio Allan Kardec definiu o Espiritismo como tendo um aspecto moral ou religioso, filosófico e científico. Se o Espiritismo não está em nenhum destes três aspectos em separado, mas em uma tríade de amplitude irredutível aos seus revestimentos exteriores, então podemos considerar que o Dr. Lacerda estava correto ao validar o Espiritismo como um conjunto de leis e princípios que formam uma essencial unidade do real. Porém, apesar de ter o Espiritismo na mais alta conta, Dr. Lacerda faz duras críticas aos espíritas ortodoxos e conservadores, que pretendem ser o Espiritismo uma doutrina fechada que não admite revisões e avanços. Sendo o Espiritismo uma doutrina codificada por uma inteligência humana, que tem suas fraquezas e limitações, não pode ser completo e perfeito.

O Espiritismo foi codificado dentro de uma metodologia mediúnica, de contato direto e objetivo com o plano espiritual. O que aconteceria se mais pesquisadores utilizassem essas mesmas investigações com base mediúnica ou anímica para esclarecer a humanidade aprofundando em velhas perguntas e formulando novos questionamentos sobre temas emergentes da atualidade? Certamente teríamos respostas mais aprofundadas e outras que poderiam escapar da origem da doutrina espírita, pois o entendimento do ser humano no grau de consciência em que se encontra no presente abarca uma série de campos de conhecimento e compreensão que não existiam no século XIX. Nesse sentido, o Espiritismo deve deixar de lado seu rótulo doutrinário fechado e passar a ser uma metodologia investigativa dinâmica e pluralista.

Talvez a intenção dos espíritas mais conservadores seja não permitir que o Espiritismo seja engolido pelas novidades espiritualistas que aparecem com a rapidez do pensamento e da criatividade de certos autores oportunistas. Muitos aproveitadores de plantão se apropriam de uma base esotérica ou espiritualista já existente e dão um revestimento levemente diferente e criam novidades, com novos nomes e formas. A casca exterior difere da original, mas a essência do ensinamento é rigorosamente a mesma.

De qualquer forma, ao contrário que muitos acreditam, o Espiritismo tem, em sua origem, um caráter progressista, conforme assinalado nas obras básicas. Alguns espíritas mais conservadores são até mesmo contrários ao que denominam de “obras complementares”, afirmando que apenas a codificação de Kardec contém a base essencial que pode ser definida como espírita. A verdade é que esse dogmatismo só atrapalha o progresso do Espiritismo, fecha perspectivas e impede a abertura de novos campos de investigação. O próprio Kardec afirma “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; não faz senão colocar-lhe as bases e os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação.” Allan Kardec – Revista Espírita, Julho de 1866 – Visão Retrospectiva das Existências dos Espíritos.

Em “A Gênese”, cap. I, item 13, Kardec explica “(…) enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações.”

Ainda em “A Gênese” Capítulo I, item 55, Kardec define a questão dizendo: “Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. “

Assim, fica claro que o próprio codificador repudiava a estagnação e desejava que o movimento fosse progressista, inovador e principalmente, investigador. A base não fecha o conhecimento, ao contrário, ela dá suporte para que mais e mais fatos e conhecimentos sejam pesquisados, pela via da experiência direta ou por pesquisas junto a espíritos mais adiantados, trazendo tanto um aprofundamento das verdades já conhecidas, quanto novos conhecimentos que não eram possíveis de ser revelados na metade do século XIX.

Muitas vezes, espíritas mais conservadores perdem um precioso tempo procurando fortificar as fronteiras do Espiritismo em relação ao que há de exterior a ele do que propriamente concentrar sua atenção naquilo que tem valor: a essência dos princípios ensinados na codificação, que nem sequer podemos considerar como princípios espíritas, diante do grande número de correntes de pensamento que as ensinam de uma forma ou de outra. Não há um princípio espírita, um espírito budista, um princípio hermético, um principio ou lei rosacruz etc. O que há são tentativas de descrever as leis que regem o Universo, que em última análise, não pertencem a qualquer doutrina ou sistema revelado, mas são naturais e não tem dono.

Apesar deste processo, existem conhecimentos mais profundos que se assemelham ao Espiritismo e encontram paralelo com algumas ideias espíritas, tornando as similaridades impossíveis de não serem notadas. Temos como exemplo a Transcomunicação Instrumental, a Projeciologia, o pensamento universalista de Ramatis, a Regressão a Vidas Passadas, algumas terapias holísticas com o Reiki que se assemelha ao passe magnético, acupuntura, florais, cromoterapia, terapia com cristais, trabalhos de anti-goécia, a Ufologia esotérica, a Umbanda e a Aumbandã (Proto-Síntese Cósmica), a própria Apometria, as EQMs (as Experiências de Quase Morte), a canalização ou chanelling etc.

Todos estes conhecimentos e práticas estão acessíveis nos dias de hoje e vem trazer uma nova visão sobre princípios e ideias que o Espiritismo ensina desde sua codificação. Tudo isso aponta para uma aproximação do Espiritismo com outras áreas do saber humano e espiritual, das quais os espíritas não podem mais ignorar. Obviamente é importante não deixar que o Espiritismo se dissolva dentro desse quadro maior, mas jamais devemos esquecer que a base do Espiritismo são seus princípios e não a forma como estes são apresentados. A letra mata, o espírito vivifica”. Se os mesmos princípios e leis que o Espiritismo transmite a humanidade forem apresentados com uma nova roupagem porém conservando sua verdade, qual a  diferença de nomeá-los como Espiritismo, Umbanda, Teosofia, Cabala, Gnose, Hermetismo, Alquimia, Druidismo etc.?

Quanto mais estudamos e praticamos o desdobramento consciente, a vidência, a mediunidade, a psicografia, clariaudiência etc, mais descobrimos que podemos a qualquer momento estabelecer esse contato com o plano espiritual de forma simples e eficiente. A Apometria vem demonstrar o quanto podemos desbravar terrenos ainda desconhecidos na prática em vez de permanecermos lendo durante anos livros antigos em bibliotecas empoeiradas. Questionemos aos próprios espíritas se preferem conhecer fatos e energias diretamente percebendo o plano espiritual ou se preferem apenas acreditar na visão psíquica que outros realizaram e vejamos a resposta que eles darão. Tudo no Universo aproxima e inspira o contato cada vez mais estreito com uma realidade superior. As religiões do mundo estão cada vez mais cedendo lugar a escolas de pensamento que propõem um acesso mais nuclear da realidade do espírito. As pessoas não desejam mais crer apenas – elas buscam vivenciar, descobrir por si mesmas, ver a realidade com seus próprios olhos interiores.

Esse contato indireto com o plano espiritual algumas vezes acarreta uma perigosa dependência dos mentores espirituais e da equipe invisível. Muitos espíritas acreditam que é muito mais seguro delegar a responsabilidade para os espíritos de luz do que realizar o trabalho. Toda dependência é problemática, não importa a que ela se refira. Mesmo a confiança absoluta em espíritos superiores pode indicar uma falta de confiança no trabalho que se realiza no centro. Confiança extrema no outro pode sinalizar uma falta de confiança em si mesmo. Devemos sempre lembrar que estamos num caminho evolutivo e tudo que os mentores atingiram em grau de evolução espiritual nós também devemos alcançar. Tudo o que praticamos nos centros espíritas deve servir para nosso adiantamento e não apenas para curas e tratamentos. A evolução espiritual através da reforma íntima é o mais nobre forma de empregar nosso tempo e energia.


Texto retirado da nossa segunda apostila de estudo apométrica.
Foto: Espaço Bambuí.