Esta será uma série de textos que iremos publicar baseados nos estudos e
traduções que nosso amado Haroldo Dutra está realizando, enriquecendo
grandemente a literatura espírita. Peço de antemão, que tenham a mente aberta
para a leitura, e abracem com o coração estes ensinamentos aqui descritos. Boa
Leitura!!
A lei dos ciclos
Ciclo é uma palavra com origem no
termo grego kýklos, que significa uma série de fenômenos que se renovam de
forma constante, de forma cíclica.
A observação demonstra que todo o
período de um ciclo, até se completar, segue uma fase crescente e outra
decrescente. Trata-se de um princípio da Lei Divina, observável na natureza.
Neste sentido, registra-se os
ciclos das estações. A primavera/verão, ascendente; outono/inverno,
decrescente. As fases da lua: crescente, cheia, nova e minguante. As fases da
vida humana também são assim: infância e mocidade, crescente, maturidade e
velhice, decrescente.
A este respeito, no livro A
Genesis, Allan Kardec, último capítulo, item 8, revela:
Cada corpo celeste, além das leis simples que
presidem à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., sofrem revoluções
que demandam milhares de séculos para a sua perfeita realização, mas que, como
as revoluções mais breves, passam por todos os períodos, desde o nascimento até
o apogeu do efeito, depois do que há um decréscimo até o último limite,
para recomeçar em seguida a percorrer as mesmas fases. (Grifamos).
No contexto da astronomia, um
ciclo é o tempo, marcado em anos, perídio em que se repetem os mesmos fenômenos
astronômicos. O ciclo solar, tem a duração de 28 anos e não está relacionado
com o movimento do Sol. No fim desse ciclo, os dias da semana correspondem às
mesmas datas do mês em que começou o ciclo. Nota-se, neste ciclo, 4 períodos de
7 anos.
O ciclo de Urano, tem 84 anos, crescente
até 42 anos e decrescente até os 84. São, portanto, 12 períodos de sete anos,
variando para mais e para menos em algumas pessoas.
O espírito André Luiz, no livro
Missionários da Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ao descrever a
encarnação de Segismundo, faz referência ao ciclo de 7 anos, pois a
reencarnação de Segismundo se completou aos 7 anos, uma vez que somente aos 7
anos o perispírito se une definitivamente ao corpo físico, o que se dá pelo
sangue, pois o sangue é o elemento que faz circular o fluido Vital pelo corpo.
Somente aos sete anos o espírito se desvincula da mãe, criando autonomia.
Todos ciclos correspondem ao
movimento de um corpo celeste. Existem ciclos que os seres humanos ainda
desconhecem, como, por exemplo, o ciclo que descreve o movimento da via láctea
em torno de um eixo (certamente ela gira em torno de um eixo[1] padrão, conforme modelo
definido para o macro e microcosmo). A natureza tem um espírito de sequência e
não há nada de místico na questão dos ciclos.
Todas as profecias da bíblia
estão embasadas nesses ciclos. O apocalipse, cujo significado é revelação (algo
obscuro que é revelado, trazido à luz), aponta os ciclos evolutivos do orbe
terreno, mas não todos, apenas alguns, ou seja, aqueles já eram conhecidos dos
místicos da época.
A respeito desses ciclos, em
outubro de 1956, revista da LBV fez uma entrevista com Chico Xavier, sendo-lhe
perguntado, dentre outros temas, o seguinte:
Pergunta: – Pode Emmanuel
dizer-nos algo a respeito da verticalização do eixo da Terra e das
transformações que esta sofrerá, segundo Ramatís[2]?
“Chico Xavier: – Afirma nosso
Orientador espiritual que não podemos esquecer que a Terra, em sua constituição
física, propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade
e de repouso. Cada período de atividade e
cada período derepouso da MATÉRIA PLANETÁRIA, que hoje
representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta mil (260.000)
anos.Atravessando o período de repouso, a matéria terrestre se
reorganiza, enxameando de novo, nos vários departamentos do Planeta,
representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas. Assim sendo, os
GRANDES INSTRUTORES da humanidade, nos PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são
empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada. Logo
em seguida, surge o desenvolvimento das
grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos
serviços, que dizem respeito à evolução dos espíritos domiciliados na Terra.
Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de
reorganização de nossa Casa Planetária, temos sempre grandes transformações, de
28 em 28 mil anos. Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas
raças na Terra, cujos traços se perderam, por causa de seu primitivismo. Logo
em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de
uma inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos,
nos domínios do espírito. Após a raça Lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de
trabalho lemuriano propriamente considerado – chegamos ao grande período da raça Atlântida, e outros 28.000 anos de grandes
trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira
considerável. Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça
Ariana.Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de
serviços, em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa
permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento
espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas
grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros. “
Interessante a revelação
espiritual contida no livro A Gênese, capitulo IX, item 06, perfeitamente de
acordo com a ciência astronômica:
Além do seu movimento anual em torno do Sol, origem
das estações, do seu movimento de rotação sobre si mesma em 24 horas, origem do
dia e da noite, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em cerca de
25.000 anos, ou, mais exatamente, em 25.868 anos, e que produz o fenômeno
denominado, em astronomia, precessão dos equinócios (cap. V,
nº 11). Este movimento, que não se pode explicar em poucas palavras, sem o
auxílio de figuras e sem uma demonstração geométrica, consiste numa espécie de
oscilação circular, que se há comparado à de um pião a morrer, e por virtude da
qual o eixo da Terra, mudando de inclinação, descreve um duplo cone cujo
vértice está no centro do planeta, abrangendo as bases desses cones a
superfície circunscrita pelos círculos polares, isto é, uma amplitude de 23 e
1/2 graus de raio.
Este
terceiro movimento, está representado por esta figura e ocorre em períodos que
coincidem, aproximadamente, com os períodos informados por Chico Xavier, quando
ocorrem as grandes transformações no planeta, marcando o surgimento de
civilizações destacadas.
Emmanuel se referia a um ciclo, cuja duração é de
520 mil anos. Como todo ciclo corresponde ao movimento de um corpo em torno de
seu eixo, não se sabe a que ciclo Emmanuel se referia, pois, o maior ciclo
conhecido pela ciência, atualmente, em nosso sistema, é o ciclo de urano, cuja
duração é de 64 anos, e que, coincidentemente, também é um ciclo setenário
(pode ser dividido por sete).
[1] No Evangelho Segundo o
Espiritismo, Cap. III, item 16, lê-se: “Cada turbilhão planetário, a
deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta
consigo seus mundos primitivos, de exilio, de provas, de regeneração e de
felicidade. (Grifei)
[2] Ramatis é o nome atribuído pelo médium Hercílio Maes a uma entidade espiritual que o orientaria na escrita de seus livros. Apareceu pela primeira vez em 1955 no livro A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores.
[2] Ramatis é o nome atribuído pelo médium Hercílio Maes a uma entidade espiritual que o orientaria na escrita de seus livros. Apareceu pela primeira vez em 1955 no livro A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores.
Ciclos planetário da Terra
No ano de1956, no mês de outubro,
a revista periódica publicada da Legião da Boa Vontade, registra uma entrevista
realizada com o médium Francisco Cândico Xavier, oportunidade em que Emmanuel
deixa evidente que planeta Terra vivencia atualmente os últimos períodos do
ciclo evolutivo da grande raça Ariana.
O entrevistador questiona o
médium:
Pergunta: – Foi, de fato, há
37.000 anos que submergiu a Atlântida?
Chico Xavier: – Diz nosso Amigo
(Emmanuel) que o cálculo é, aproximadamente, certo, considerando-se que as
últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da civilização Atlântida,
submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da Grécia de
Sócrates.
A respeito do tema, o Livro dos
Espíritos, as respostas às questões 50 e 51, elucidam:
50. A espécie humana começou por
um só homem?
— Não; aquele que chamais Adão
não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra.
51. Podemos saber em que época
viveu Adão?
— Mais ou menos naquela que lhe
assinalais: cerca de quatro mil anos antes do Cristo.
A partir dos textos relacionados
na revista LBV e no Livro dos Espíritos, conclui-se que
1- Se cada
período de atividade e repouso, do ciclo mencionado por Emmanuel, corresponde a
260 mil anos, a soma dos períodos corresponde a 520 mil anos, com uma fase
crescente e outra decrescente. No período crescente de 260 mil anos é que a
humanidade floresce, sendo que, deste período de 260 mil anos, 60 a 64 mil
anos são empregados na reorganização dos pródromos da vida
organizada. Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças.
2- A Terra já passou
várias vezes pelo ciclo de 520 mil anos e, atualmente, está completando mais um
ciclo antes de entrar novamente em repouso, “Pesquisas científicas recentes
revelaram que o planeta Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos;
formas rudimentares de vida (algas e bactérias) datam de aproximadamente 4
bilhões de anos; o Homem de Neandertal viveu entre 200 mil e 25 mil anos;
e o Homem de Cro-Magnon viveu entre 30 mil e 10 mil anos.” (J. Birx –
Prometheus Books, 1991, e Enciclopédia Lello). (Esta informação está no Livro
dos Espíritos, capitulo 3, nota de rodapé 11).
3- De acordo com a ciência,
o aparecimento do homem, no atual ciclo, data de 200 mil anos. Os espíritos que
ditaram a codificação dizem que Adão viveu há 4000 mil anos antes de Cristo.
Emmanuel afirma que a civilização Atlântida viveu até 10 mil anos AC.
Com tais dados, esclarece o
quadro demonstrativo:
SITUANDO
NOSSA ATUAL EXISTÊNCIA E CONHECENDO O FINAL DO CICLO
Em 37 mil AC submergiu a
Atlântida e em 10 mil anos AC submergiu o remanescente do continente, conforme
nos informa Emmanuel, na revista da LBV.
Tais dados conferem com
referências deixadas pelo filósofo Plantão noticiando que os últimos atlantes
submergiram em torno de 10 mil anos AC, conforme registra em sua obra Timeu
e Critias. Semelhante testemunho dá Aristóteles no livro
Meteorológicos (2.1, 354 a11-31).
A civilização ariana (civilização
atual) surgiu nesse período e está, segundo Emmnuel, vivendo os últimos
períodos do ciclo de 28 mil anos, para dar lugar a uma nova civilização, ou uma
nova geração.
Os arianos iniciaram sua
trajetória evolutiva no planeta Terra, após exilio planetário, conforme
esclarece Emmanuel, no livro A caminho da Luz.
Esclarece o benfeitor espiritual
que os exiliados do sistema Capela[1], para este planeta, tiveram que
conviver com selvagens, habitantes primitivos da Terra, a fim de contribuir com
progresso do orbe, compromisso firmado com o Cristo Jesus.
Os últimos capelinos
retornarem ao planeta de origem, somente há 4 mil AC, deixando sua marcha
registrada nesse planeta. A bíblia é o registro do último período dessa
civilização. O ciclo de 28 mil anos também segue os princípios da lei dos
ciclos, apresentando uma fase decrescente e uma fase crescente. Assim, o último
período dos 28 mil anos dessa atual civilização já está no final, conforme
Emmanuel informou.
A bíblia, no livro Genesis
descreve esse período de 7 dias, que correspondem a 7 mil anos[2]. A história de Adão é a história
dessa civilização. Adão representa os últimos capelinos. Os espíritos da
codificação, bem como Emmanuel, informam que esses capelinos viveram 4 mil anos
AC. Dois mil anos já se passaram depois de Jesus, restam, portanto, mais mil
anos, completando-se assim o último período do ciclo (28 dividido por 4), os
quais estão representados pela semana bíblica.
O principal ciclo bíblico é o
ciclo dos sábados, porque segue o padrão setenário. O sabat é
uma comemoração dos 7 dias da criação. O conhecimento deste tema é
indispensável para se penetrar no conteúdo espiritual de vários textos
bíblicos.
No livro Vinha de Luz,
capítulo 113, Emmanuel faz referência a ciclos quando comenta o Sermão
Profético, que diz o seguinte: orai para que vossa fuga não aconteça
nem no inverno e nem no sábado.
O texto diz o seguinte:
A permanência nos círculos mais
baixos da natureza institui para a alma um segundo modo de ser, em que a
viciação se faz obsedante e imperiosa. Para que alguém se retire de semelhantes
charcos do espírito é imprescindível que fuja. Raramente,
porém, a vítima conseguirá libertar-se, sem a disciplina de si mesma. Muita vez, é preciso violentar o próprio coração. Somente
assim demandará novos planos. Justo, pois, recorrer à imagem do Mestre, quando
se reportou ao Planeta em geral, salientando as necessidades do indivíduo.
É conveniente a todo aprendiz a
fuga proveitosa da região lodacenta da vida, enquanto não chega o “inverno” ou
os derradeiros recursos de tempo, recebidos para o serviço humano. Cada
homem possui, com a existência, uma série de estações e uma relação
de dias, estruturada em precioso cálculo de probabilidades. Razoável se torna
que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade,
o verão das forças físicas e o outono da reflexão, para a
grande viagem do interior para o superior; entretanto, a maioria aguarda o inverno da velhice
ou do sofrimento irremediável na Terra, quando o ensejo de trabalho está findo. As possibilidades para determinada experiência jazem
esgotadas. Não é o fim da vida, mas o termo de preciosa concessão. E,
naturalmente, o servidor descuidado, que deixou para sábado o trabalho que
deveria executar na segunda-feira, será obrigado a recapitular a tarefa, sabe
Deus quando! Emmanuel
[1] Referindo-se a raça ariana:
Suas incursões, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menos dez
milênios antes da vinda do Cristo, não obstante a Humanidade localizar-lhe a
marcha apenas quatro mil anos antes do grande acontecimento da Judeia. É
que, em vista de sua situação psicológica, os primitivos árias do Velho Mundo
não deixaram vestígios nos domínios da fé, único caminho, daqueles tempos,
através do qual poderia uma raça assinalar sua passagem pela Terra. (A Caminho
da Luz, capitulo 6).
[2] Mas, amados, não ignoreis
uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.).
(2 Pedro, 3:8-8)
Estudo
baseado nas traduções de Haroldo Dutra que estão disponíveis em formato de
vídeo no youtube.
Imagens:
Google.
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