domingo, 12 de julho de 2020

Gênesis sob a ótica Espírita Parte 4

Esta será uma série de textos que iremos publicar baseados nos estudos e traduções que nosso amado Haroldo Dutra está realizando, enriquecendo grandemente a literatura espírita. Peço de antemão, que tenham a mente aberta para a leitura, e abracem com o coração estes ensinamentos aqui descritos. Boa Leitura!!



A lei dos ciclos


Ciclo é uma palavra com origem no termo grego kýklos, que significa uma série de fenômenos que se renovam de forma constante, de forma cíclica.
A observação demonstra que todo o período de um ciclo, até se completar, segue uma fase crescente e outra decrescente. Trata-se de um princípio da Lei Divina, observável na natureza.
  



Neste sentido, registra-se os ciclos das estações. A primavera/verão, ascendente; outono/inverno, decrescente. As fases da lua: crescente, cheia, nova e minguante. As fases da vida humana também são assim: infância e mocidade, crescente, maturidade e velhice, decrescente.
A este respeito, no livro A Genesis, Allan Kardec, último capítulo, item 8, revela:
Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., sofrem revoluções que demandam milhares de séculos para a sua perfeita realização, mas que, como as revoluções mais breves, passam por todos os períodos, desde o nascimento até o apogeu do efeito, depois do que há um decréscimo até o último limite, para recomeçar em seguida a percorrer as mesmas fases. (Grifamos).

No contexto da astronomia, um ciclo é o tempo, marcado em anos, perídio em que se repetem os mesmos fenômenos astronômicos. O ciclo solar, tem a duração de 28 anos e não está relacionado com o movimento do Sol. No fim desse ciclo, os dias da semana correspondem às mesmas datas do mês em que começou o ciclo. Nota-se, neste ciclo, 4 períodos de 7 anos.
O ciclo de Urano, tem 84 anos, crescente até 42 anos e decrescente até os 84. São, portanto, 12 períodos de sete anos, variando para mais e para menos em algumas pessoas.
O espírito André Luiz, no livro Missionários da Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ao descrever a encarnação de Segismundo, faz referência ao ciclo de 7 anos, pois a reencarnação de Segismundo se completou aos 7 anos, uma vez que somente aos 7 anos o perispírito se une definitivamente ao corpo físico, o que se dá pelo sangue, pois o sangue é o elemento que faz circular o fluido Vital pelo corpo. Somente aos sete anos o espírito se desvincula da mãe, criando autonomia.
Todos ciclos correspondem ao movimento de um corpo celeste. Existem ciclos que os seres humanos ainda desconhecem, como, por exemplo, o ciclo que descreve o movimento da via láctea em torno de um eixo (certamente ela gira em torno de um eixo[1] padrão, conforme modelo definido para o macro e microcosmo). A natureza tem um espírito de sequência e não há nada de místico na questão dos ciclos.
Todas as profecias da bíblia estão embasadas nesses ciclos. O apocalipse, cujo significado é revelação (algo obscuro que é revelado, trazido à luz), aponta os ciclos evolutivos do orbe terreno, mas não todos, apenas alguns, ou seja, aqueles já eram conhecidos dos místicos da época.
A respeito desses ciclos, em outubro de 1956, revista da LBV fez uma entrevista com Chico Xavier, sendo-lhe perguntado, dentre outros temas, o seguinte:
Pergunta: – Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da verticalização do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo Ramatís[2]?

“Chico Xavier: – Afirma nosso Orientador espiritual que não podemos esquecer que a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso. Cada período de atividade e cada período derepouso da MATÉRIA PLANETÁRIA, que hoje representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta mil (260.000) anos.Atravessando o período de repouso, a matéria terrestre se reorganiza, enxameando de novo, nos vários departamentos do Planeta, representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas. Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da humanidade, nos PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada. Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos serviços, que dizem respeito à evolução dos espíritos domiciliados na Terra. Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa Planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos. Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos traços se perderam, por causa de seu primitivismo. Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de uma inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos domínios do espírito. Após a raça Lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano propriamente considerado – chegamos ao grande período da raça Atlântida, e outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável. Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana.Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de serviços, em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros. “
Interessante a revelação espiritual contida no livro A Gênese, capitulo IX, item 06, perfeitamente de acordo com a ciência astronômica:
Além do seu movimento anual em torno do Sol, origem das estações, do seu movimento de rotação sobre si mesma em 24 horas, origem do dia e da noite, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em cerca de 25.000 anos, ou, mais exatamente, em 25.868 anos, e que produz o fenômeno denominado, em astronomia, precessão dos equinócios (cap. V, nº 11). Este movimento, que não se pode explicar em poucas palavras, sem o auxílio de figuras e sem uma demonstração geométrica, consiste numa espécie de oscilação circular, que se há comparado à de um pião a morrer, e por virtude da qual o eixo da Terra, mudando de inclinação, descreve um duplo cone cujo vértice está no centro do planeta, abrangendo as bases desses cones a superfície circunscrita pelos círculos polares, isto é, uma amplitude de 23 e 1/2 graus de raio.

Este terceiro movimento, está representado por esta figura e ocorre em períodos que coincidem, aproximadamente, com os períodos informados por Chico Xavier, quando ocorrem as grandes transformações no planeta, marcando o surgimento de civilizações destacadas.
Emmanuel se referia a um ciclo, cuja duração é de 520 mil anos. Como todo ciclo corresponde ao movimento de um corpo em torno de seu eixo, não se sabe a que ciclo Emmanuel se referia, pois, o maior ciclo conhecido pela ciência, atualmente, em nosso sistema, é o ciclo de urano, cuja duração é de 64 anos, e que, coincidentemente, também é um ciclo setenário (pode ser dividido por sete). 


[1] No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, item 16, lê-se: “Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exilio, de provas, de regeneração e de felicidade. (Grifei)
[2] Ramatis é o nome atribuído pelo médium Hercílio Maes a uma entidade espiritual que o orientaria na escrita de seus livros. Apareceu pela primeira vez em 1955 no livro A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores.


Ciclos planetário da Terra

No ano de1956, no mês de outubro, a revista periódica publicada da Legião da Boa Vontade, registra uma entrevista realizada com o médium Francisco Cândico Xavier, oportunidade em que Emmanuel deixa evidente que planeta Terra vivencia atualmente os últimos períodos do ciclo evolutivo da grande raça Ariana.
O entrevistador questiona o médium:
Pergunta: – Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a Atlântida?
Chico Xavier: – Diz nosso Amigo (Emmanuel) que o cálculo é, aproximadamente, certo, considerando-se que as últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da civilização Atlântida, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da Grécia de Sócrates.
A respeito do tema, o Livro dos Espíritos, as respostas às questões 50 e 51, elucidam:
50. A espécie humana começou por um só homem?
— Não; aquele que chamais Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra.
51. Podemos saber em que época viveu Adão?
— Mais ou menos naquela que lhe assinalais: cerca de quatro mil anos antes do Cristo.
A partir dos textos relacionados na revista LBV e no Livro dos Espíritos, conclui-se que
1-    Se cada período de atividade e repouso, do ciclo mencionado por Emmanuel, corresponde a 260 mil anos, a soma dos períodos corresponde a 520 mil anos, com uma fase crescente e outra decrescente. No período crescente de 260 mil anos é que a humanidade floresce, sendo que, deste período de 260 mil anos, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos pródromos da vida organizada. Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças.
2-  A Terra já passou várias vezes pelo ciclo de 520 mil anos e, atualmente, está completando mais um ciclo antes de entrar novamente em repouso, “Pesquisas científicas recentes revelaram que o planeta Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos; formas rudimentares de vida (algas e bactérias) datam de aproximadamente 4 bilhões de anos; o Homem de Neandertal viveu entre 200 mil e 25 mil anos; e o Homem de Cro-Magnon viveu entre 30 mil e 10 mil anos.” (J. Birx – Prometheus Books, 1991, e Enciclopédia Lello). (Esta informação está no Livro dos Espíritos, capitulo 3, nota de rodapé 11).
3- De acordo com a ciência, o aparecimento do homem, no atual ciclo, data de 200 mil anos. Os espíritos que ditaram a codificação dizem que Adão viveu há 4000 mil anos antes de Cristo. Emmanuel afirma que a civilização Atlântida viveu até 10 mil anos AC.

Com tais dados, esclarece o quadro demonstrativo:






       SITUANDO NOSSA ATUAL EXISTÊNCIA E CONHECENDO O FINAL DO CICLO


Em 37 mil AC submergiu a Atlântida e em 10 mil anos AC submergiu o remanescente do continente, conforme nos informa Emmanuel, na revista da LBV.
Tais dados conferem com referências deixadas pelo filósofo Plantão noticiando que os últimos atlantes submergiram em torno de 10 mil anos AC, conforme registra em sua obra Timeu e Critias. Semelhante testemunho dá Aristóteles no livro Meteorológicos (2.1, 354 a11-31). 
A civilização ariana (civilização atual) surgiu nesse período e está, segundo Emmnuel, vivendo os últimos períodos do ciclo de 28 mil anos, para dar lugar a uma nova civilização, ou uma nova geração.
Os arianos iniciaram sua trajetória evolutiva no planeta Terra, após exilio planetário, conforme esclarece Emmanuel, no livro A caminho da Luz.
Esclarece o benfeitor espiritual que os exiliados do sistema Capela[1], para este planeta, tiveram que conviver com selvagens, habitantes primitivos da Terra, a fim de contribuir com progresso do orbe, compromisso firmado com o Cristo Jesus.
 Os últimos capelinos retornarem ao planeta de origem, somente há 4 mil AC, deixando sua marcha registrada nesse planeta. A bíblia é o registro do último período dessa civilização. O ciclo de 28 mil anos também segue os princípios da lei dos ciclos, apresentando uma fase decrescente e uma fase crescente. Assim, o último período dos 28 mil anos dessa atual civilização já está no final, conforme Emmanuel informou.
 A bíblia, no livro Genesis descreve esse período de 7 dias, que correspondem a 7 mil anos[2]. A história de Adão é a história dessa civilização. Adão representa os últimos capelinos. Os espíritos da codificação, bem como Emmanuel, informam que esses capelinos viveram 4 mil anos AC. Dois mil anos já se passaram depois de Jesus, restam, portanto, mais mil anos, completando-se assim o último período do ciclo (28 dividido por 4), os quais estão representados pela semana bíblica.
O principal ciclo bíblico é o ciclo dos sábados, porque segue o padrão setenário. O sabat é uma comemoração dos 7 dias da criação. O conhecimento deste tema é indispensável para se penetrar no conteúdo espiritual de vários textos bíblicos.
 No livro Vinha de Luz, capítulo 113, Emmanuel faz referência a ciclos quando comenta o Sermão Profético, que diz o seguinte: orai para que vossa fuga não aconteça nem no inverno e nem no sábado.
O texto diz o seguinte:
A permanência nos círculos mais baixos da natureza institui para a alma um segundo modo de ser, em que a viciação se faz obsedante e imperiosa. Para que alguém se retire de semelhantes charcos do espírito é imprescindível que fuja. Raramente, porém, a vítima conseguirá libertar-se, sem a disciplina de si mesma. Muita vez, é preciso violentar o próprio coração. Somente assim demandará novos planos. Justo, pois, recorrer à imagem do Mestre, quando se reportou ao Planeta em geral, salientando as necessidades do indivíduo.
É conveniente a todo aprendiz a fuga proveitosa da região lodacenta da vida, enquanto não chega o “inverno” ou os derradeiros recursos de tempo, recebidos para o serviço humano. Cada homem possui, com a existência, uma série de estações e uma relação de dias, estruturada em precioso cálculo de probabilidades. Razoável se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade, o verão das forças físicas e o outono da reflexão, para a grande viagem do interior para o superior; entretanto, a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento irremediável na Terra, quando o ensejo de trabalho está findo. As possibilidades para determinada experiência jazem esgotadas. Não é o fim da vida, mas o termo de preciosa concessão. E, naturalmente, o servidor descuidado, que deixou para sábado o trabalho que deveria executar na segunda-feira, será obrigado a recapitular a tarefa, sabe Deus quando! Emmanuel





[1] Referindo-se a raça ariana: Suas incursões, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menos dez milênios antes da vinda do Cristo, não obstante a Humanidade localizar-lhe a marcha apenas quatro mil anos antes do grande acontecimento da Judeia.  É que, em vista de sua situação psicológica, os primitivos árias do Velho Mundo não deixaram vestígios nos domínios da fé, único caminho, daqueles tempos, através do qual poderia uma raça assinalar sua passagem pela Terra. (A Caminho da Luz, capitulo 6).
[2] Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.). (2 Pedro, 3:8-8)


Estudo baseado nas traduções de Haroldo Dutra que estão disponíveis em formato de vídeo no youtube.
Imagens: Google.

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