CIÊNCIAS E RELIGIÃO
Os tempos de violência e
dominação da igreja impediram o ressurgimento da ciência desde o século 18.
Novas descobertas abalaram os dogmas religiosos (dogmas são pontos e
indiscutíveis e fundamentais de uma doutrina, mas, apesar disso, o apego
manteve muitas religiões estacionarias alheia ao progresso. Neste novo milênio não há mais espaço para ignorância. Impacientes, ou até inconformados com a
postura dos extremistas religiosos, muitos cientistas defendem o ateísmo como solução. Enfim, o materialismo cientifico esta em guerra contra o dogma
religioso. Haverá alternativa? É possível conciliar a ciência e poder fazer nascer
das leis da natureza uma moral que promova o progresso da terra?
O livro
mais vendido neste natal na maior livraria da internet, “a Amazon”, não é a
Bíblia, mas o livro A Ilusão Divina. Ainda não publicado no Brasil, ele propõe
o fim da religião e a adoção do ateísmo. Está em primeiro lugar na lista do
Best-Seller do Reino Unido. O autor, o biólogo Richard Dawkins, especializado
na teoria da evolução, promete estabelecer cientificamente que Deus não existe.
O biólogo está presente na televisão, jornal da Europa e Estados Unidos
desejando o estabelecimento do ateísmo como crença popular, propondo assim, uma
guerra contra a religião. Fundou até uma entidade sem fins lucrativos que
distribui “materiais educativos” para divulgar o ateísmo nas escolas.
Dawkins considera dois fatos recentes como estopins de sua revolta: o ataque dos radicais religiosos islâmicos às Torres
Gêmeas em Nova Iorque (2001), e o governo do presidente G. Bush, que impunha
posturas e dogmas de sua religião. A “América de Bush” “é uma Teocracia”, justifica Dawkins. Atualmente,
mais de 120 milhões de americanos acreditam que Adão foi criado por Deus há 10
mil anos, a partir do barro, e que Eva realmente nasceu da costela dele, tomando
pelo pé da letra a Gênese Mosaica.
Outros
cientistas ateus também defendem uma guerra contra a religião. O neurocientista
Sam Harris já vendeu 270 mil exemplares de sua obra The End Of Faith (O Fim do
Mundo; inédito no Brasil em português) na qual compara narrativas bíblicas a
contos da fada, acusa as religiões de promover a intolerância e difundir a
ignorância, e qualifica o Alcorão (Livro Sagrado dos Mulçumanos) como manifesto
para a desunião religiosa. Na conclusão os dois notáveis cientistas, propõem
uma campanha contra a religião; devemos caminhar para uma época em que a fé,
sem evidências, desonre as pessoas que a mantenham.
Quem pode falar sobre a Alma
Segundo essa mesma linha de
pensamento, Daniel Dennet, um grande filósofo, denuncia a religião como
instrumento de dominação do povo, e defende o ateísmo.
O Papa João Paulo II exigia quando baixou a
sua encíclica (carta aos católicos de todo o mundo), na qual afirma que a
evolução é um fato, frisando, entretanto: “exceto com respeito à questão da
alma humana.” Isso pode ter deixado algumas pessoas satisfeitas, mas é algo
simplesmente falso. Tão falso como afirmar que nossos corpos são feitos de
material biológicos, exceto o pâncreas. Ironizou um jornalista ao entrevistar a
Dennet.
O
jornalista insiste: mas a religião ainda nos ajuda a estabelecer padrões
morais; e Dennet: Mas dessa forma, nós não seríamos moralmente bons apenas para
que fôssemos recompensados no céu? Acho que essa idéia faz de Deus algo como
protetor arrogante e ameaçador; será?
Radicalismo para todo lado
Para Richard Dawkins é
impossível associar espiritualismo e ciência (reservada apenas aos cientistas
radicalmente ateus). Num programa, ele argumentou: “os deuses nas religiões
fazem coisas como perdoar recados ou engravidar virgens, e todo tipo de coisas
mundanas. Isso não tem nada a ver com a compreensão científica dos profundos
problemas do universo. Eu mais que desdenho valores religiosos, eu os desprezo
completamente”. E sentencia: “se você não acha que a evolução não é verdade,
você é um ignorante”.
Uma
postura radical contra a religião não é unanimidade entre os cientistas. O
brasileiro Marcelo Gleiser, prof. De Física Teórica nos (EUA) que recentemente
fez um quadro científico no fantástico. Fã de Dawkins e também ateu declarado,
mostrou-se assustado com as opiniões radicais do cientista inglês. _Será esse o
modo de resolver e embate entre Ciência e Religião? Na minha humilde opinião,
absolutamente não. A atitude belicosa e intolerante dele só causa mais
intolerância e confusão. Seu grande erro é negar a necessidade que a maioria
absoluta das pessoas tem de associar uma dimensão espiritual às suas vidas. A
ciência não deve propor tirar o Deus das pessoas. Se for essa a sua guerra
então ela já perdeu.
Espiritualidade Científica
No mesmo artigo, Gleiser
propôs uma conciliação entre espiritualidade e ciência que dá um fim a esta
guerra. O que a ciência pode fazer é proporcionar outra forma de
espiritualidade, ligada ao mundo natural e “sobrenatural”, à cativante magia da
descoberta. É esse naturalismo, essa entrega à natureza e aos seus mistérios,
que dá a ciência dimensão espiritual que a torna humana. A conclusão deste
artigo é a mais exata definição do que propõe a ciência espírita, que diz:
“para respeitar a Bíblia, a ciência deveria ser obrigada a calar-se?” Isso é
tão impossível quanto impedir que a terra gire. As religiões sejam quais forem
jamais ganharam coisa alguma em sustentar seus evidentes enganos.
A
ciência tem por missão descobrir as leis da natureza. Ora, sendo essas leis
obra de Deus, não podem ser contrárias as religiões que se baseiam na verdade.
Condenar o progresso é um trabalho inútil, pois nada pode impedir o avanço da
ciência e a descoberta da verdade. Se a religião se nega a avançar com a ciência,
esta prosseguirá sozinha: conforme afirmou Kardec no seu livro A Gênese.
Não Existem Milagres
Quando Kardec estudou os
fenômenos mediúnicos e reconheceu as evidências do mundo espiritual no diálogo
com os espíritos, não estava preocupado em criar uma seita. Seu objetivo era
abrir novos caminhos para a ciência e acabar com a idéia do sobrenatural,
Gleiser, a partir de suas reflexões chegou a mesma proposta: “o sobrenatural
não faz qualquer sentido: se algo ocorre, seja lá o que for, desde uma erupção
vulcânica a um suposto milagre, “esse algo passa a ser um fenômeno natural e, e
como tal, regido pelas leis da natureza”, comentou o físico.
Atualmente,
a investigação da Física Quântica desbrava a essência da matéria e do tempo; a
evolução da espécie humana, desde o ancestral comum aos chipanzés, é evidência
científica consensual. Ou seja, nesse caso, a ciência afastou racionalmente a
interpretação literal dos textos da Bíblia. Os dogmas religiosos receberam um
duro irreversível golpe. Sobre isso Allan Kardec também em Gênese: “não há
revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos. Se, com semelhantes
contradições, as religiões sofrem dano, a culpa não é da ciência, que não pode
mudar a realidade das coisas; mas dos homens, por haverem, prematuramente,
estabelecido dogmas absolutos sobre hipóteses que podem ser desmentidas pelas
experiências. E esses homens ainda querem fazer prevalecer os dogmas, numa
questão de vida ou morte.”
Investigando as Mesas Girantes
A negação absoluta ao
sobrenatural e a explicação dos fenômenos pelas leis da natureza, declaradas
pelo cientista Marcelo Gleiser, representa exatamente o mesmo impulso que levou
Kardec a estudar as mesas girantes. Seu desafio era encontrar uma explicação
racional para aquela brincadeira de salão. E havia. Foi assim que nasceu a
ciência espírita.
A razão
não aceita a imposição de idéias, mas o dogma propõe uma certeza indiscutível
que deve ser aceita pela fé cega, inquestionável. Já a ciência não trabalha com
certezas, mas com dúvidas e erros, aproximando-se da verdade pouco a pouco pela
experimentação sem jamais se mobilizar. A certeza absoluta é inimiga da
ciência. É incrível cientistas como Dawkins, Harris e Dennet assumirem a
inexistência indiscutível de Deus, alma, comunicação com os espíritos e matéria
espiritual. Ou seja, eles têm uma fé cega no ateísmo! Não aceitam a dúvida ou
mesmo o estabelecimento de hipóteses contrárias, para depois pesquisar e
negá-las experimentalmente, como exige a ciência.
O
espiritismo tem um método científico apropriado a ser objeto de estudo. Os
espíritos são inteligentes e agem com liberdade, não são elementos mecânicos
que possam reproduzir repetida e controladamente nos laboratórios. O
instrumento para dialogar com eles são os médiuns. Questões orgânicas, psicológicas,
e até morais dos médiuns e assistentes estão envolvidas e representam variáveis
a serem consideradas em pesquisas cientificas desta natureza.
Kardec dedicou-se seriamente a
catalogação das comunicações espirituais, elaborou-as numa revista cientifica
mensal; Revista Espírita: Jornal de estudos psicológicos colocou o resultado
deste trabalho nos cinco livros da codificação. O estudo sistemático destes
textos é, portanto indispensável para compreensão da Doutrina Espírita.
A
filosofia dos espíritos trata de questões que rompem os limites da ciência,
completando-a. Mas o cientista interessado poderia perguntar: Como os espíritos
podem estudar, agir e pensar se já morreram e não tem mais cérebro? A resposta
é dada pelos próprios espíritos ao explicarem que têm um corpo físico chamado
perispírito apropriado as suas manifestações, e que permite sua mobilidade em
seus próprios ambientes.
Ciência e
Espiritualidade
Para conciliar ciência com
espiritualidade é necessário elaborar teorias gerais unindo as descobertas
cientificas as evidencias apresentadas pelos os espíritos, que esclarecem sobre
sutis vibrações dos mundos espirituais e suas relações conosco. Kardec não deu
a ultima palavra nessa tarefa, apenas começou o trabalho. A ciência do século
XIX era o que havia disponível para realizá-lo, é só lembrar que a física
disponível ainda era a clássica, criada a partir de Isaac Newton (1643-1727).
A
elaboração da doutrina não é estática, quando novas descobertas são feitas,
acrescenta-se ou modifica-se a teoria geral. Da época de Kardec para cá a
evolução da ciência foi muito rápida, descobertas foram feitas, conceitos
científicos abandonados, e assim novas associações entre a ciência e conceitos
espíritas precisaram ser aprimorados.
No
século seguinte ao surgimento do espiritismo, as pesquisas de Einstein
revolucionaram as leis da natureza. A equação mais famosa da física moderna é: E=MC2. Nela, C representa a velocidade da
luz, que se propaga a impressionantes 300 mil quilômetro por segundo. No
cotidiano, não temos idéia dessa velocidade. Quando lembramos que ao acender
uma lanterna parece que a luz atinge instantaneamente o local em que apontamos.
Na verdade ela levou um tempo para chegar até lá, um tempo curto, mais um
tempo. Pois bem, Einstein afirmou que nem um tempo de matéria ou informação
pode mover-se igual ou mais rápido que a luz.
Uma viagem pelo
infinito
A
doutrina espírita, porém, revela que para os espíritos é possível
transportar-se e enviar mensagem numa velocidade acima da luz.Há descrições de
espírito viajando pelas galáxias em poucos instantes, o que está absolutamente
fora de nosso alcance.Se a distancia de uma estrela qualquer estiver a cem anos
luz da terra, isso significa que a luz demora exatamente cem anos para chegar
anos. Então quanto tempo demoraria uma nave espacial para chegar a essa
estrela? Hoje ainda não há tecnologia para tanto. E quando houver, serão
necessárias varias gerações seguindo-se na nave, passando a direção de pai pra
filho ate que um tataraneto do tataraneto do primeiro astronauta cumprisse a
missão... No entanto, um espírito pode percorrer em distancias em instantes.
Com isso é possível?
O corpo
dos espíritos também é feito de matéria, e também estão sujeito as leis
naturais. Para conciliar a física moderna com a doutrina espírita é preciso
elaborar um modelo cientifico que unifique todas essas evidências. A hipótese
provável é a de o limite da velocidade (300 mil km/s) se restrinja a uma faixa
de vibração da matéria ao alcance de nossos sentidos e equipamentos de meditação
e, no entanto, há estados da matéria vibrando em velocidade a cima da luz. “Se
não podemos observar esses estados ou medi-los é como se não existissem para
ciência”. É preciso ter um meio de observação compatível para constatar esse
estado da matéria, não há dúvida. Mais o meio de observação dos espíritos é o
corpo espiritual ou perispírito, um organismo constituído por esse tipo de
matéria fluídica. Eles estão vivendo numa faixa do universo diferente da nossa,
regida por outra constante, com uma velocidade acima da luz. Com seu corpo
espiritual, os espíritos vivem, agem, se comunicam e percorrem um universo
paralelo ao nosso.
Diversos universos
Algum cientista poderia
questionar: se espíritos estão nesse universo paralelo completamente
inacessível ao nosso, como poderíamos nos comunicar com eles? A resposta que a
doutrina oferece não é a de um sistema criado por Kardec para esclarecer a
questão é sim fruto da observação experimental. Kardec estudou pro 35 anos o
fenômeno do sonambulismo provocado, pela ciência do magnetismo animal, antes de
se dedicar ao espiritismo. O sonâmbulo nos transes profundo de hipnose, pode
observar os fluidos espirituais (estado da matéria vibrando acima da velocidade
da luz) e também constatar a existência do perispírito dos vivos. A experiência
é a seguinte: o magnetizador coloca uma pessoa em estado sonambúlico, podendo
ver os fluidos espirituais. Em seguida pede que ela observe e comente o que
ocorre enquanto uma segunda pessoa é sonambulizada. Um pesquisador por nome Albert
das Rochas realizou uma experiência, nela o sonâmbulo respondeu: “Vejo os
fluidos saindo dos olhos e dedos do magnetizador e envolvendo o sonâmbulo
progressivamente. Duas formações luminosas estão surgindo de cada lado. Essas
formações estão se unindo e tomando forma de corpo. Enquanto ele está sentado
inerte. O segundo corpo se movimenta e age livremente. Um cordão luminoso saiu
de entre as omoplatas e o une ao corpo fluídico na mesma região.
Todas as pessoas têm dois corpos
ligados entre si, mas uma só individualidade, que é a alma, ou seja, os homens
compartilham dois mundos, física e espiritual, pois possuem dois corpos: corpo
biológico e perispírito. Essa dualidade permite a comunicação com os espíritos,
e é a ponte entre os dois planos.
Durante o sono, os sentidos do
corpo físico diminuem e o indivíduo o abandona, afastando-se dele com o seu
perispírito. Ele participa do mundo espiritual, mas se mantêm sempre ligado por
um cordão fluídico. Jamais esse afastamento diário concretiza um rompimento, a
não ser na hora da morte. Esses fenômenos foram observados e descritos pelos
sonâmbulos, e registrados por cientistas e pesquisadores espiritualistas nos
últimos dois séculos.
Os indivíduos com capacidade de
tornar consciente em seu cérebro as percepções feitas pelos seus perispíritos
são denominados médiuns. É por meio deles que se efetua comunicação entre os
dois mundos.
Um modelo científico
Os ensinamentos dos espíritos
nos dão outras evidências para elaborar melhor esse modelo científico da
física. Os espíritos não estão todos compartilhando o mesmo lugar no universo.
Eles mesmos que estão em inúmeros universos. Quanto mais evoluído o espírito
seu perispirito é mais sutil e vibra em velocidade mais alta. Essa diferença de
constituição do corpo espiritual separa os espíritos em diversas faixas, em
múltiplos universos paralelos.
Os espíritos conseguem fazer seu
corpo espiritual vibrar mais velozmente quando apuram seus sentimentos e
compreensão. A uma relação direta entre o perispírito e o progresso moral e
intelectual do espírito. A evolução natural das espécies precisa ser aquecida
da evolução progressiva e voluntária dos espíritos. Só assim podemos distinguir
e explicar as diferenças entre animais e os homens. Esse é o elo perdido.
Os espíritos de faixas mais
sutis dominam o controle fisiológico de seus perispíritos e conseguem
desacelerar a vibração alta, podendo percorrer universos abaixo do seu, de
acordo com sua vontade, ou seja, ao mundo dos espíritos existem diversas
constantes dividindo em diferentes faixas fluídicas suas habitações da mais
próxima da nossa aos mais sutis fluídos. Os mais evoluídos podem percorrer o
universo em grande velocidade, alcançando distâncias fantásticas...
“Há muitas moradas na casa do
meu Pai”, ensinou-nos Jesus (João cap 14: Vers 1).
Ciência e Moral
Há então uma lei natural regendo
o mundo dos espíritos: aqueles que estão em universos de vibrações mais altos
podem transitar livremente nos que estão abaixo, mas os que estão abaixo não
alcançam os mundos superiores, a não ser que desenvolvam essa habilidade pela
depuração de seus perispíritos, e isso apenas por um meio: a evolução moral e
intelectual no decorrer das reencarnações. Neste ponto há uma ligação
inevitável entre essa teoria científica e as questões morais.
A doutrina espírita é extensa e
muitos outros ensinamentos estão envolvidos em sua teoria. Por um estudo
dedicado aos livros da codificação, os conceitos científicos e filosóficos
revelam suas conseqüências morais surgindo uma religiosidade natural. Essa é a
conciliação entre a razão dos cientistas e as necessidades éticas da
humanidade, possibilitando um futuro novo para o planeta, mas não é só a física
que terá seus limites expandidos com a colaboração de um modelo científico
espiritualista.
O estudo da fisiologia do perispírito
proporcionará para a medicina possibilidade de estudar a causa primeira das
doenças. O homem é um ser complexo, o corpo físico é apenas um instrumento
físico de sua manifestação, a sede do pensamento e do sentimento está no
espírito, e há um intermediário entre os dois: o perispírito. Todo esse
conjunto precisa estar em harmonia para que haja saúde.
Um desequilíbrio do perispírito,
por exemplo, desestabiliza o conjunto e pode ser a causa de sintomas no
organismo. Nesse caso a doença tem origem fluídica e precisa de tratamento
apropriado para reconquistar a saúde, por exemplo, a homeopatia, um novo e
fabulo campo abre-se para a arte de curar. Além disso, esse novo paradigma
aproxima as questões biológicas das psicológicas, unindo medicina e psicologia
atuando em parceria em prol da saúde humana.
Por uma ciência
transformada
Essa transformação é possível em
todos os ramos da ciência, pode adotar um modelo filosófico-espírita. A
pedagogia amplia suas possibilidades ao reconhecer na criança um espírito
reencarnado. A sociologia, por sua vez, descobre as relações contínuas entre os
dois mundos. E os recursos ilimitados de transformação social pela educação
moral da humanidade. Com depoimentos dos espíritos, mediunidade pode oferecer
recursos para pesquisas históricas, auxiliar na arqueologia, desvendar a vida
dos povos passados e, o mais importante: pode constituir uma ética baseada na
ciência e na filosofia que explique racionalmente conceitos como egoísmo,
orgulho, justiça, amor e caridade.
Como se explica a evolução moral
e intelectual da humanidade desde sua origem comum? Para os cientistas que
brotaram um modelo materialista a única explicação está no genótipo, conjunto
dos genes de cada indivíduo. (Evolução da humanidade, do macaco à civilização.)
A ciência ateísta de Richard
Dawkins não ver na existência do homem uma finalidade natural, ou mesmo
qualquer tendência progressista em nossa evolução.
Não morra de raiva
De acordo com a hipótese
materialista, as características de nossa personalidade, como ser mais ou menos
egoísta, mais ou menos inteligente, mais ou menos generoso, e tudo o mais,
estariam codificadas no gene de cada um.
Você se acha muito explosivo,
tem uma raiva incontrolável? Segundo a teoria genética da personalidade, a
culpa seria de algum gene herdado de seus pais, determinando em seu cérebro uma
tendência inevitável.
Não há cientista que possa
definir o quanto das características humanas está determinado nos genes. Não
existe evidência alguma que possa sustentar as afirmações escritas por Dawkins.
O funcionamento do cérebro é ainda um gigantesco mistério.
A doutrina espírita abre mais um
caminho, mais otimista, vale dizer. O corpo humano tem suas características
biológicas determinadas pelos genes, e alguns potenciais mentais, como memória,
capacidade de raciocínio e estados emocionais, podem ser determinados por eles,
mas o espírito ligado a esse corpo tem suas emoções, defeitos, inteligência e
outras particularidades pessoais desenvolvidas antes do nascimento. Há, então,
uma conjugação da personalidade do espírito com o corpo ao qual se ligou, além
das condições sociais, culturais e ambientais da atual encarnação que se somam
para originar a personalidade de cada indivíduo.
Um potencial sem
limites
A alma tem um potencial ilimitado
em sua essência. Nas suas primeiras encarnações, o homem utiliza sua liberdade
de agir e pensar para exacerbar os desejos nascidos do instinto de conservação
(comer, produzir, status social) e dessa forma desenvolve o egoísmo e o
orgulho, O instinto é sábio na condução dos animais, e também na do homem, mas
este tem o livre arbítrio, e quando desenvolve e segue a intuição das leis
naturais presente em sua consciência adquire capacidade de exercer a justiça.
A justiça é a lei natural e
eterna de Deus que rege o relacionamento dos espíritos em todo o universo.
Essas leis são a liberdade, igualdade e fraternidade. Quem age com justiça
manifesta a ação correta em todos os seus atos, palavras e pensamentos. Isso é
caridade. Uma conquista da alma, e pessoas que estabelecem caridade como padrão
social e superam os resquícios de orgulho e egoísmos agem fraternalmente entre
si. Em seguida uma sociedade fraterna se torna igualitária. Só então a
humanidade conquista a verdadeira liberdade. Transforma-se então, numa
sociedade sem violência, sem guerras, sem rivalidades, sem fome, sem doenças,
sem miséria.
Esse roteiro segue de base para
ensinar às crianças quem somos, de onde viemos, e para onde vamos. Serve para
explicar cientificamente o significado do espiritismo. O significado do egoísmo
e da caridade. Os conceitos racionais desse novo paradigma serão no futuro
temas de fundamental importância para serem debatidos nas escolas,
universidades e nos lares, num diálogo entre pais e filhos, educadores e
jovens. Essa educação moral tem potencial de transformar gerações; unir
ciência, filosofia e religião. Natural, ela é a base a regeneração da
humanidade e o caminho mais seguro para tornar este mundo feliz. É necessário,
para tanto, dar os primeiros passos.
Texto de autoria do Grupo Espírita Luz Divina.
Fotos: GOOGLE.