segunda-feira, 24 de junho de 2019

Breve História da Bíblia


   BREVE HISTÓRIA DA BÍBLIA


                Uma síntese da criação, significados e influencia do livro mais lido no mundo, mostra que seu conhecimento ultrapassa os limites da fé e do tempo.
                Grande parte das criaturas, desde a sua mais tenra idade, ouve-se falar da Bíblia. Com o transcorrer do tempo ficam sabendo que é o livro mais editado em todo o mundo e que ele é a base de várias religiões: uma chamada judaica e as outras denominadas cristãs. Ela é compostas de duas partes: o velho e o novo testamento. Com  o tempo, a maioria das pessoas terão a curiosidade ou a necessidade de lê-la, contudo, poucas vezes elas têm oportunidade de saber algo sobre a sua origem e sobre a sua história.


BIBLE   
                “Constitui os escritos sagrados do judaísmo e do cristianismo e provavelmente da mais influente coleção da historia humana. Para os adeptos do cristianismo e do judaísmo a função primaria da bíblia é religiosa. A bíblia é o deposito da revelação Divina. Ela conta a historia dos eventos nos quais as comunidades judaicas e cristãs vêem as fontes de suas existências. Ela contém as prescrições e as proibições que os crentes seguem para regular as suas vidas. Da bíblia são derivados os temas e símbolos que denominam os cultos, formais e pessoais, tanto do judaísmo como do cristianismo, hino, preces e liturgias.
                Quando os judeus e cristãos precisam encontrar as fontes de sua fé para uma crise pessoal freqüentemente apelam para a bíblia. Seus ensinamentos, bem como  sua terminologia, tenderam a gerar muitas controversas que surgiram entre os teologistas e religiosos na historia judia e cristã. Mesmo as controvérsias religiosas acontecidas são medidas da importância da bíblia na vida íntima do judaísmo e do cristianismo.
                É um erro crer que apenas os adeptos formais do judaísmo e do cristianismo estão interessados na bíblia, ou que apenas os religiosos lêem. O estudo da bíblia como literatura é parte do currículo de muitas universidades. Suas frases e sentenças passaram para linguagem comum de muitos países, apesar de sua origem ter sido muitas vezes esquecidas nesse processo.
O conhecimento da linguagem bíblica e sua história é útil para o entendimento das mais importantes palavras da literatura em muitos países ocidentais, como nas obras Divina Comedia E Paraíso Perdido, onde tais conhecimentos são indispensáveis, fator este evidente para os escritores que não o possuem.
                Certamente muitas partes da bíblia não são de alta literatura. Seu estilo é comum e sua linguagem é repetitiva, mais o poder literário de algumas seções a marcam como clássico. Para muitos, que a lêem sem fé bíblica, sua beleza e seu poder ainda a fazem uma fonte de inspiração e intuição.

ORIGEM DA PALAVRA
Vamos agora a uma explicação sintetizada do historiador Ambrogio Donini:
Uma antiguíssima cidade da Síria, Biblo, empório comercial fenício e centro de distribuição do papiro, deram nome ao papel de importação egípcio e às folhas que se conservavam unidas e enroladas para leitura.
No início de nossa era bíblica (que significa o plural: “os livros”) já indicava uma coleção qualquer de textos, uma biblioteca, mais logo foi limitado pelos cristãos como apenas a coleção de seus textos sagrados. No latim popular, o plural tornou-se um feminino singular: Bíblia. E assim passou para quase todos os línguas modernas.
Consequentemente, a Bíblia é, em primeiro lugar, os complexos textos sagrados do judaísmo e, em seguida, com a edição de uma serie de novos documentos, do cristianismo. Por isso referimo-nos  ao velho testamento, comum e ambas as religiões, e a uma parte mais recente, o Novo Testamento, só reconhecida pelos cristãos
Neste momento abro um espaço para comentar sobre o significado e a origem do termo Testamento.

OS PACTOS
A palavra testamento jamais é encontrada, no original, como titulo de toda coleção; nem no grego, que é a língua exclusiva da parte cristã. Logo, de onde provém esta denominação?

Os hebreus possuem um termo, berth, que denota um contrato, um pacto e também, nas relações entre os povos, uma “aliança”. A concepção essencial da velha religião hebraica era de que o Deus do grupo tinha firmado um solene tratado com o seu povo através da mediação com os chefes da nação.
Os hebreus da língua grega, especialmente aqueles que viviam na cidade de Alexandria, fundada por Alexandre Magno no Egito em 331a.c, traduziram o termo berith  como o diatheke, palavra que alem de significar pacto, aliança, tinha também o sentido de um legado unilateral, de uma herança testamentária: em latim testamentum.
Do ponto de vista do conteúdo, o velho testamento abrange uma coletânea de documentos cujo número variou no segundo século, até que um concílio de rabinos realizado na Palestina, entre os anos de 90 a 100 d.c, quando a nação já tinha sido duramente batida pelos romanos, foi definitivamente fixado em 22, tantos quanto são as letras do alfabeto hebraico, ou com algumas outras ordenações na divisão dos livros, em 27, isto é, as mesmas letras mais os cinco sinais finais, que têm na escrita corrente diversa.
Esse cômputo já faz pensar em manipulações  de caráter mágico ou simbólico; tanto mais ao se verificar que também os textos do novo testamento atingem a mesma cifra alegórica 27.

VELHO TESTAMENTO
Agora vamos os títulos dos livros, realizando uma análise bastante interessante, principalmente para aqueles que querem conhecer mais sobre o assunto histórico. Vamos a ele:
TORÁH: A lei conhecida como Pentateuco, e formada pelos livros da Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
NEBIIM: Os profetas. Divididos em profetas anteriores: Josué, Juízes, Ruth,I,II, Samuel, I, II Reis, Posteriores:Isaias, Jeremias, Ezequiel e os profetas menores recolhidos em um só rolo.
KETUBIM: Os escritos sagrados ou hagiógrafos. Biografias e escritos  a cerca dos santos: Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos dos Cânticos, lamentações, Eclesiastes,Ester,Daniel, I-II Esdras, (Esdras e Neemias), I-II Crônicas. Mas além desses haviam muitos escritos que os Israelitas de língua hebraica a partir do primeiro século, não quiseram mais reconhecer. Os Samaritanos descendentes dos habitantes do Reino de Israel, ou Reino do Norte, admitiam como inspirados, apenas o Pentateuco, excluindo os Escritos Proféticos e as biografias. Nos tempos de Jesus, os samaritanos eram desprezados e considerados hereges, sendo por isso evitados e alcunhados de impuros_ Daí o sentido real dos episódios do bom samaritano no poço nos evangelhos de Lucas e de Marcos, os mais polêmicos em relação à ortodoxia.
                Esses textos foram acunhados de apócrifos, ou textos secretos, e continuaram a ser incluídos no fim da coleção pelos israelitas de língua grega e pelos cristãos. São 12: Tobias, Judite, Sapiêcia, III-IV Esdras, Baruc, Epístolas de Jeremias, Prece de Manassés, Eclesiático, I-II Macabeus, mais alguns trechos dos livros de Daniel e de Esdras em Língua Aramaica.
                O critério hebraico para inspiração era o que Deus só poderia ter falado em hebraico; jamais em aramaico, dialeto popular, e muito menos em grego, língua de profanos.
                Os católicos continuam a aceitá-los como inspirados; os hebreus e os protestantes ao contrário excluíram-nos.

NOVO TESTAMENTO
                A bíblia possui um abundante material sobre a vida e a economia da velha sociedade hebraica; sobre as suas antigas leis incompreendidas – e por isso mesmo interpretada de forma fantástica – e sobre a história dos povos com os quais Israel sempre manteve relações, também a poesia e os documentos da piedade religiosa dos profetas tem um notável valor literário e social. Sob o título de Novo Testamento, ao contrário, foram coletados, depois de um grande processo de seleção e de exclusão, que durou quase 300 anos; do fim do 2° século à época do imperador Justiniano (482-565), 27 textos referentes aos ensinamentos de Jesus e dos seus primeiros apóstolos e discípulos.
A)     Os 4 evangelhos-> da palavra grega “evanghelium”, a boa nova, o bom anúncio, qu contém quatro versões diferentes e muitas vezes contraditórias da vida do Cristo ou do Messias tão esperado pelo povo hebraico. São os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João.
B)      Os Atos-> Ou melhor, como no original grego, os fatos dos apóstolos.
C)      As Epístolas-> São as cartas. Delas, treze atribuídas a Paulo, uma a Tiago, uma a Pedro, três a João, uma a Judas (Não o da traição),e a epístola aos hebreus.
D)     Apocalipse-> Isto é, a revelação dos grandiosos eventos que os cristãos esperavam de um momento para outro, com descrição do fim do mundo e do advento de uma nova sociedade sobre a terra, a “Jerusalém Celeste”.

ALLAN KARDEC
Não poderíamos terminar este assunto sem acrescentar Allan Kardec encontrado na introdução de O evangelho Segundo o Espiritismo. Apesar de ele se referir ao evangelho suas colocações pode muito bem ser estendidas à Bíblia como um todo. O ensino moral conservou-se inatacável. Diante deste código divino, a própria incredulidade se cura. É terreno em que todos os cultos podem se reunir, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam as crenças, porquanto ele jamais constituiu matéria das disputas religiosas que sempre e por toda parte se originaram das questões dogmáticas.
Para os homens, em particular, constitui àquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública; o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É finalmente, mais acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.
Toda gente admira a moral evangélica; todos lhe proclamam a sublimidade e a necessidade; muitos, porém assim se pronunciam por fé, confiados no ouviram dizer, ou firmados em certas máximas que se tornaram proverbiais. Poucos, no entanto a conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabe deduzir as conseqüências. A razão, por muito na dificuldade que apresenta o entendimento do evangelho que, para maiores números de seus leitores, é ininteligível. A forma alegórica e o intencional misticismo de linguagem fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como lêem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Impossível então apanhar-se-lhes o conjunto  e tomá-los para o objeto de leitura e meditações especiais.
É certo que tratados já se hão escrito de moral evangélica, mas, arranjo em moderno estilo literário lhe tira a primitiva simplicidade que, ao mesmo lhe constitui o encanto e a autenticidade. Outro tanto cabe dizer-se das máximas destacadas e reduzidas a sua mais simples expressão proverbial. Desde logo, já não passam aforismo, privados de uma parte de seus valos e interesse, pela ausência dos acessórios e das circunstâncias em que foram anunciadas.
Vocês sabem? Na bíblia pode se encontrar a referência que a terra é redonda: em Isaías 40:22 está escrito: “ E Ele que está sentado sobre o círculo da Terra cujos moradores são para Ele como gafanhotos.”

Pelo espírito de Artur

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