segunda-feira, 24 de junho de 2019

O trabalhador espirita e a necessidade de refletir sobre si mesmo


O TRABALHADOR ESPÍRITA E A NECESSIDADE DE REFLETIR SOBRE SI MESMO.

No texto do Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo XX intitulado como OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA, Kardec nos esclarece qual é a verdadeira missão do espírita afirmando que precisamos ir e pregar; semear na terra que já está pronta. Sim, pois a charrua nos espera.
Há mais de 150 anos esses ensinamentos foram escritos para que alguns de nós, espíritas, deturpemos, nem que seja intimamente, a mensagem do Evangelho, ou pior, consideramos uma parte do ensinamento e outras não.
Alguns espírita chegam no plano espiritual exigindo regalias por que pregou a doutrina durante vinte anos. Sem dúvida, não podemos tirar o seu mérito em estudar, sua preocupação na realização de palestras elucidativas para os visitantes da casa, só que nestes casos como em alguns outros, eles cometem um grande erro: pensam em ensinar os visitantes e esquecem de si próprio. Precisamos realmente ir e pregar, mas, em nenhum momento podemos nos esquecer de nós mesmos, da nossa reforma íntima.
Alguns então pensam: são muitas exigências para os espíritas! Quem vos falou que ser um bom espírita não era semelhante a ter uma tarefa árdua para si próprio? Nossa missão está, sem dúvida, em ajudar ao próximo, fazer a caridade, pregar os ensinamentos cristãos, mas durante esse processo precisamos estudar, nos melhorar intimamente, para que quando nossos olhos se voltem para o nosso irmão em Cristo possamos estar a cada dia mais capacitados para os auxiliar. A reforma íntima do espírita, jamais esqueçam meus amigos, é o melhor de propagação da doutrina.
Precisamos colocar a nossa frente um espelho que visualize a nossa alma. Este espelho chama-se autoconhecimento. Quem sou eu? Quais os meus defeitos? Quais são as minhas qualidades? Onde estão as minhas dores, as minhas mágoas? Por que eu sou assim? Será que o meu amigo leitor tem essas respostas? Provavelmente não. Alguns, talvez tenham pelo menos uma vista panorâmica das respostas para essas perguntas, mas nada além disso. Vocês não conseguiram já se reformar por que ainda não conhecem os redutos mais escondidos de sua alma. E os pontos que já conhecem buscam reformas superficiais ainda. É como pintar uma parede sem tirar o salitre. Vocês já entraram na casa, já não buscam mais só o seu exterior, porém ainda falta muito e não podemos parar.
Conscientizem-se amigos das lides espíritas esta reforma é longa e não podemos pagar serventes e pedreiros parados por que é muito caro não é verdade? Seremos cobrados por cada minuto perdido, por cada chance perdida. A todos vocês foi ensinado teoricamente a reformar esta casa Divina, agora paguem os pedreiros e não desistam da obra.
Esqueçam do ser presidente, ser vice presidente, esqueçam do orgulho. Deixem isso para trás. Espírita não rima com institucionalismo. Não somos empresas, pois, o que vocês venderiam e ficariam para vocês, os supostos donos? Os ensinamentos do Cristo? Vossas mediunidades? Ou pior ainda, os textos e livros que são dos espíritos? Não estamos querendo dizer amigo leitor que organização não é fundamental, pelo contrário é um pré-requisito da base de uma casa espírita, porém não podemos nos assemelhar a empresas com seus fundamentos materialistas, pois com certeza nos perderemos no caminho da Seara Bendita.
Apesar de são sermos empresas precisamos ter compromisso diante os nossos trabalhos no centro kardecista. Todas as exigências para um trabalho bem efetuado deve começar a ser pensada na noite do dia anterior, para que durante o dia seguinte a alimentação seja balanceada, a “fardinha” esteja limpa e pronta, se for estudos, as apostilas estejam separadas, para que nada disso atrapalhe vocês, fazendo com que saiam em um horário que permita a chegada no centro pelo menos, com meia hora de antecedência do limiar da reunião.
Se o amigo leitor observar deixamos claro no parágrafo anterior que o estudo é também um trabalho da casa e sabem por quê? Por que é através dele que o trabalhador reflete, debate, dialoga e depois interioriza essas informações, obtendo a condição de coloca-las em prática a qualquer momento que se faça necessário, seja na sua vida ou na busca de ajudar ao próximo.
Como espíritas devemos sempre estar abertos a novos horizontes, a novos olhares, e  todos eles devem passar pelo crivo da análise e do raciocínio lógico, porém devemos buscar sempre. Novas informações vem através de livros, de apostilas ou como vocês sempre fazem através da internet, mas existem outros meios. Valorizem o outro, o conhecimento alheio, que seja ele semelhante ao espírita ou que divirja dele, e não se preocupem passando pelos crivos acima jamais vocês serão ludibriados e ao final, terão novos conhecimentos, novos argumentos para se utilizar contra ou a favor da nova descoberta feita por vocês.
Como trabalhadores da Seara cristã/espírita, não podemos esquecer que temos o nosso livre arbítrio. Podemos achar o que queremos, pensar como queremos, formular os nossos próprios conceitos e, temos que respeitar a todos. A doutrina espírita foi a nossa escolha, ela nos orienta, nos aponta o caminho do bem, no qual devemos seguir, mas ela foi a nossa opção, não significa que precisa ser a do outro. A melhor religião é aquela que te reforma, jamais esqueçamos.


Sheila Guerreiro

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