terça-feira, 27 de agosto de 2019

Afinidades e Reforma



AFINIDADES E REFORMA

                Costumo dizer aos meus alunos que a reforma não acontece da noite para o dia, leva tempo mais vale a pena. Os medos escondidos no inconsciente, nem sempre se revelam e chegam à consciência, mas atuam continuamente controlando as emoções das pessoas. Temos sim muitos medos: Medo do abandono, de perder, de enfrentar, medo da morte muitos outros. Todas as pessoas possuem em algum grau esses medos, e são eles que limitam o sucesso, a saúde, a alegria de viver.
                A reforma interna significa mudar a conduta para melhor, e isso inclui os medos, mais também inclui muitos outros sentimentos, como, prestar serviços humanitários, ser uma pessoa amorosa, desapegada, alegre, autentica, e determinada.
                O apego, a falta do perdão, levam a esses medos, impedindo a evolução espiritual. Elimine o orgulho e ache as respostas racionais para cada situação desagradável de suas relações de trabalho, de amor, de família, de amizade e te com estranhos que cruzam os seus caminhos. Sempre haverá uma resposta inteligente para explicar as atitudes das pessoas e as suas. Evite colocar o emocional na frente, e respire fundo se ele quiser fazer algum drama. Raciocine antes de agir, e você tara dominando seus instintos. A reforma interna depende de sua “frieza saudável” para raciocinar e pensar muito antes de falar ou tomar decisões.
                Tomando decisões sensatas e calmas, você estará se mantendo na freqüência vibracional da paz e clareza dos fatos. Com isso, a chance de seus sonhos se realizarem aumenta. Essa reforma abrirá fendas positivas para os seus sonhos chegarem ate você.
                A cada manhã, desperte imaginando que você é uma pessoa equilibrada, segura e inteligente, aja com calma e, se houver qualquer deslize ou regressão em seu comportamento, tente outra vez. Logo você vai encontrar sua força interna para mudar.
                Vamos pensar e analisar tudo que conhecemos na vida: Será que já conhecemos tudo? Todo o tipo de casas móveis, carros, roupas, profissões, relacionamentos, pessoas? Podemos ate conhecer muito, mais não tudo.
                Não podemos conhecer algo, se nunca estivemos ou vimos, existem cidades, bairros, países, restaurantes que, às vezes só conhecemos superficialmente por livros, novelas, filmes, etc. Vocês encontrarão vários estilos, um diferente do outro, do mais simples ao mais sofisticado. Assim vocês podem começar, a descobrir as diferenças dos ambientes e das pessoas principalmente. Expandir contatos, leituras, com certeza pensará bem diferente.
                A expansão da consciência ou enriquecimento da mente desbrava novos horizontes. A lei da afinidade só funciona quando você vive internamente de acordo com seus sonhos. Seus pensamentos têm que estarem afinados com suas crenças.
                Vamos falar de outra lei, a lei de “causa e efeito”. Tudo precisa de motivo para existir em qualquer setor da vida física, psicológica, espiritual ou dimensional. Nada acontece sem que haja uma razão, portanto, no que se refere às doenças físicas, por exemplo, sempre encontramos uma razão psicológica, emocional e espiritual. Os médicos acreditam que suas causas estão nos distúrbios orgânicos, nos agentes patogênicos de toda espécie, na hereditariedade e ate no desgaste provocado pelo avanço da idade, porém, se olharmos com uma visão psicológica e espiritual, descobriremos as causas das causas: medos, tristezas, solidão, magoas, raivas, vinganças, ou crenças diabólicas.
                 Ao falar e relacionar as causas psicológicas e espirituais das doenças. Mostro de maneira clara, a emoção responsável pelos diversos tipos de enfermidades.
                A física quântica já resgatou a visão milenar de que matéria se transforma em energia se transforma em matéria. Albert Einstein desenvolveu a formula matemática que prova que esse movimento energético do universo como já vimos em outra aula E=MC ².
                Para mim, o mais importante já está provado, quando uma pessoa se mantém alegre, se desapega de suas dores, compreende e perdoa sinceramente alguém ou alguma situação, ela cura sua própria doença.
                Usamos um iceberg para representar a mente humana; imagine que o pico visível (ou seja, o consciente) representa apenas 5% de seu volume total, enquanto os restantes 95% permanecem submersos (o inconsciente). Temos, portanto, apenas 5% da visibilidade para usar nosso livre arbítrio.
                Assim 95% da nossa mente esta mergulhada em adormecimento profundo. È um ambiente desconhecido, embora tenha uma influencia fundamental em nossa vida.
                Os medos deveriam ser trabalhados e eliminados de nossa mente, mas se continuarem escondidos no inconsciente seguirão agindo da mesma maneira negativa.
                A ansiedade desloca a menta das pessoas para fora do tempo real, e apressa começa tomar conta de suas emoções e seus pensamentos. O comportamento da pessoa ansiosa é sempre o mesmo, não escuta ninguém, fala compulsivamente, interrompe conversas alheias, mesmo em silencio fica repisando determinados pensamentos, não conta dinheiro direito e fica achando que o perdeu, ou, mesmo roubada, julga precipitadamente acontecimentos sem ter informação completa a respeito.
                A ansiedade também pode se manifestar sob a forma de sono exagerado, fuga, fadiga, estresse, muita fome ou vontade de comer algo que não sabe o que é, falta de ar, palpitações, pressão alta, distúrbios no nervo óptico, gargalhada ou lagrimas fora de hora, entre outros.
                 O otimismo ou o pessimismo são formas de encarar acontecimentos da vida. Não escolha lamuria em todas as frustrações, então sua mente desenvolverá o pessimismo. Mas se sempre manifestar gratidão, calma, tolerância, então atuara com otimismo.
                Tenham afinidade com paciência e a tranquilidade.
                Por mais que se aconselhe aos seres humanos a não julgar o próximo, todos estão habituados a dar opiniões positivas ou negativas sobre o comportamento alheio. É natural qualquer pessoa, mesmo em silencio ou mesmo por amor, censurar a conduta de uma pessoa próxima por que ajudá-la a não sofrer com alei do retorno.
                Quando elogiamos alguém estamos julgando as suas qualidades, quando criticamos estamos julgando seus defeitos.
                Somos filhos de Deus, vivendo sob suas leis universais. Aquilo que pensamos retornará para nós de forma camuflada. Quando varias pessoas pensam a mesma coisa sobre o comportamento de alguém, sobre o caráter de alguém, o universo está vendo da mesma forma. Alguém irradia, nem sempre corresponde à imagem que pensa estar transmitindo.
                Volta à lei da causa e efeito.

TEXTO DE AUTORIA CENTRO ESPÍRITA LUZ DIVINA.
FOTO: GOOGLE.

Diferentes visões sobre Jesus - Como ser cristão num mundo de miséria


Diferentes visões sobre Jesus

Como ser cristão num mundo de miséria

             O impressionante número de dois bilhões de pessoas, um terço da população terrestre, declara-se cristão. São quase dois mil anos de difusão dos princípios evangélicos e da estruturação dos princípios evangélicos. O palco religioso floresceu avantajadamente na Europa e dominou as Américas. Penetrou com dificuldade no oriente, mas tem seu centro de poder, ainda hoje, nas grandes megalópoles Europeias e no norte americano, seja no paradigma católico, seja nos ramos protestantes. E apesar da crucificação, ausência de violência e o amor como tema central, leva qualquer critico poder indagar, de fato, o cristianismo está triunfando como religião do homem? Que espécie de cristão é? Será uma utopia bem fundida e vendida? Onde encontrar competição capitalistas onde o lucro está sempre acima do humano? Afinal o que é ser cristão, socialmente falando?
                Para saber o que é ser cristão não se pode valorizar primordialmente o Pentateuco, os profetas, as epístolas universais e ate mesmo os evangelhos. Embora esses livros possam dar testemunhos engajados do ser cristão, o diferencial estar na figura humana, papável, histórica e não mitológica, concreta, de Jesus Cristo.
                Ser cristão é ter Jesus como norma da própria vida, mister se faz conhecê-lo e segui-Lo. Que fez Jesus socialmente falando?

Um pouco de historia:
                Desde 538 A.C, os judeus sofriam severas invasões dos povos vizinhos. O auge da dramaticidade política deu-se em 64 a.C, com a invasão do império romano. A economia foi destruída. Uma região pesqueira e agrícola sofreu mais intensamente com alta carga tributária. Zelotas, membros da esquerda nacionalista radical faziam uma política terrorista: assassinar os colaboracionistas judeus e os invasores romanos.
                Nascendo no auge da efervescia apocalíptica, Jesus apiedou-se da multidão, que andava aflita com ovelhas sem pastor (MT. 9:35-36). Fracos e enfermos, pobres e desprotegidos tinham tranqüilo acesso e ganhavam intimidade. Junto dele um estrangeiro herege, o bom samaritano, foi a explicação máxima do que é amor ao próximo, suspendendo qualquer divisão reinante. Lutou pela superioridade do homem diante de qualquer legalismo fanático e a lei e todas e suas convenções sociais só servem para ajudar o homem (curou no sábado) e não para sufocá-lo. Questionou tacitamente as instituições que não cumpriam com suas funções (o templo). Falou contra acumulação egoísta do capital, atingido os ricos proprietários (AT. 11:8), acusou aqueles que são chamados benfeitores do povo, mas que tiranizam a multidão (LC. 22;25) e chamou a autoridade Herodes, desrespeitosamente de raposa (LC. 13:32). Não foi manso nem diplomata. Nada de serenidade romântica. Combateu e polemizou. Não temeu os que só podem contra o corpo e nada podem contra a alma. Jamais foi um bom burguês.

Religião nem sempre alienação

              Embora a consistente critica de alguns a religião, Jesus Cristo não fez de sua religiosidade uma alienação, um narcótico doce, porem trágico. Seu protesto não foi inútil porque embora não tenha tido com foco a sociedade, olhou pra o homem com agente modificador de si e de seu entorno sem qualquer conformação cômoda ou espera ilusória do reino de Deus. O próximo, do amai ao próximo, é tanto o individuo com o coletivo, é a mulher siro-fenícia, mas também os leprosos, os mendigos, as adulteras, a população.
                A herança do século XX é indigesta. Duas grandes guerras mundiais produziram 75 milhões de vitimas. A fome, hoje, atinge a escandalosa cifra de mais de 800 milhões de pessoas, 1,2 bilhões carece de água potável: 2,4 bilhões não têm acesso a sistemas de tratamento aquífero. A educação, segundo recente declaração da UNESCO, é dramática: 20 milhões de jovens da America Latina trabalham na infância inteira e não puderam educar-se formalmente.
                O processo de favelização está prestes a atingir 1\5 da população mundial. Os únicos privilegiados são os mercados, o lucro, o capital financeiro. O abismo entre pobres e ricos é cada vez mais sombrio. E justamente, nesta hora, talvez a voz de todos os ateístas, levantam-se para indagar onde está o amor ao próximo como a si mesmo destes dois bilhões de cristãos? Será que não conseguem fazer um cristianismo digno?  Para os cristãos, o cristianismo é mais uma mera utopia romântica e alucinatória? Alguém um dia afirmou que o único cristão morreu na cruz. Será?
                Não se trata apenas de solidariedade e justiça. É preciso que os cristãos repudiem tacitamente esse sistema econômico. Político. Social. Porque a desgraça da situação humana é contra o evangelho e contra o próximo.

Questionar é revolucionar?

                A pobreza, como muito se pregou em púlpitos e altares, não está atrelada a preguiça. Nem é, como se atenuou, uma etapa do processo de desenvolvimento do sistema capitalista. Ela é uma necessidade para manter os países ricos e suas finíssimas cotas de privilegiadas monetárias. Ela jamais devera deixará de existir. Religiosidade, por si, a pobreza não tem valor algum. É um mal que humilha o homem, o homem e Deus. O homem foi feito senhor e não escravo da terra. A pobreza desumaniza a todos. Os ricos, porque precisa da exploração do pobre e são levados a crer que o pobre é um peso sobrante na historia, e os pobres, por que os leva a não se realizarem pessoalmente e a odiarem o sistema e os ricos.
                A questão, como muitos afirmam, não está somente no uso do voto consciente nas compreensões de uma republica e uma democracia, nos trabalhos assistencialistas e assistenciais que desejam atender as necessidades urgentíssimas da grande massa excluída. É preciso que o cristão, como fez Jesus, questione os valores legalistas do próprio homem. Além de colocar em cheque o sistema, engajar-se ativamente, demonstrando o total repúdio á exploração e à ausência de dignidade.
                Aprendeu-se que ser a favor do homem e ser questionado são ser agitador, revolucionário, de esquerda e até socialista. Embora, de fato, sacudam-se as oposições, é preciso saber quem nos dirige. Socialismo, por exemplo, em sentido exato, significa estatização afetiva dos meios de produção, abolição da propriedade particular.
                O apóstolo Pedro manteve sua residência em Cafarnaum, Zaqueu, embora o arrependimento deu a metade de seus bens e permaneceu com a outra parte. Jesus não exigiu abolição da propriedade para segui-lo e não fez teoria econômica sobre os meios de produção. Haverá com maior ou menor frequência, identificação do cristão com meios partidários. Mas jamais será plena. Porque quem normatiza a ideologia do cristão é Jesus Cristo e não essa ou aquela teoria das ciências políticas.

O cristão Jesus

               Como não identificar novas raposas e não combatê-las, não ser amigo e efetivamente a favor da gigantesca massa de miseráveis? Como não se utilizar da religião como veemente protesto a exigir uma ética mundial, a construção do novo, não só teocentricamente, mas também antropocentricamente? Cair novamente em alienação? Virar as costas para o evangelho?
                O cristão deve, até tem obrigação, de tomar a frente das questões debatidas. Para a América latina nossa causa não é só a do estudo, não só a melhoria íntima. Não somente os irmãos mais próximos, mas a incontável multidão, explorada, sofredora, rechaçada de qualquer ínfima decência humana.
                Empenho, esforço, luta pelo ser humano, muito mais que pelas instituições.
                A medida e forma descobrirão cada cristão. Assim como de um, Jesus exigiu todos os bens (o moço rico), nenhum (os apóstolos), e ainda abençoou a doação da metade (o publicano Tadeu), a medida de autodoação pela causa do homem, que é certamente Divina, não é estabelecida por lei ou por critérios dogmáticos. Também de dar pelo gesto de dar; assim faziam os fariseus. Só há valor individual na caridade quando ela é feita pelo sentimento de amor que toma o cristão e não obrigação imposta como condição de salvação. Mais do que dar coisas. Dar a si.
                 Quando os discípulos, antes da multiplicação dos pães, disseram a Jesus que a multidão tem fome, antes do milagre, da surpresa, do alimento Divino, Jesus lhe respondeu: Dai-lhes vós mesmo o que comer. (MC. 6:37).
                O engajamento vai ser sempre dentro da suprema metodologia de Jesus: contestar utilizando-se do amor aos inimigos, do perdão das ofensas e da violência.

Jesus formador de marginais?

                O processo de institucionalização que se com Jesus De Nazaré, filho de mulher do povo, tornou-o distante de todos os nós. Aquilo que ainda hoje se apresenta como respeito e devoção, de fato, transformá-lo em tudo; não foi um mito inatingível, um ser mágico e milagroso. Exatamente o oposto do que Ele foi e É: O educador da humanidade. Mas por que o título de formador de marginais? Vocês podem me perguntar.
                Vou começar explicar, esclarecido o que significa ser marginal, palavra que assusta, principalmente numa sociedade tão padronizada e superficial com a nossa. Ser marginal é á margem da sociedade, quer dizer não adotar valores, normas, regras, podendo esta definição ser aplicada aqueles que não aceitam e que combatem os valores os costumes injustos de seu tempo. Nesse sentido, Jesus viveu completamente a margem da sociedade, distante das lutas do poder, dinheiro e satisfações materiais.
                Sua concepção de um Deus amoroso e da igualdade essencial entre todos os homens, seu convívio fraterno e amigo com aqueles que eram desprezados e descriminado, sua contestação veemente e enérgica contra os exploradores do povo, torna-O um individuo diferenciado, estranho e incompreendido pela maioria dos homens de Sua época e da atual.

Vamos agir:
                Sua atuação como educador revolucionário, ensina que a verdadeira situação é um processo educacional, no sentido de superação e animalidade, do orgulho e do egoísmo, do desenvolvimento do amor que nos leva agir com abnegação e sacrifício em beneficio do próximo e nos aproxima de Deus. Ensina, portanto, “a estarmos no mundo, sem sermos do mundo”, isto é, agirmos, atuarmos e transformarmos o mundo (com Ele fez) sem adotarmos os valores do mundo: A impiedade, a mentira, a acomodação...
                Seus seguidores, assim, estavam a margem do mundo antigo e estão á margem atual. Lutam, trabalham e sofrem pela construção de um novo mundo, como fizeram Comeniuns, Rosseau, Kardec e Gandhi, como devemos fazer todos.

Jesus e os jovens: do evangelho dos dias atuais

                A passagem na qual Jesus; aos 12 anos, é encontrado por seus pais dialogando com os doutores da lei num templo é muito ilustrativa para demonstrar o quanto é importante que os jovens encontrem ainda hoje, nos educandários espíritas, espaços em que são valorizados e ouvidos, a despeito de sua idade.Isto é importante, pois Lucas narra que ”Todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e de suas resposta” (LC. 2:47). Ou seja, Cristo apesar de tão novo, já irradiava benefícios ao seu redor, contextualizando esse episodio para o momento atual, é muito enriquecedor constatar que jovens com muito preparo, seja moral, seja intelectual, têm chegado aos agrupamentos espíritas. Mas a pergunta é:
                As casas espíritas tem adotado um programa incluso do jovem, que permitam que ele expresse suas opiniões, vislumbre novos ângulos da casa, como por exemplo, as reuniões mediúnicas, ou mesmo que beneficie outros com toda bagagem espiritual, mediante proposta de debater?
                Pensar em um programa inclusivo do jovem no centro espírita é está em conformidade com o pressuposto educativos de Jesus. O próprio colégio apostólico foi composto por indivíduos jovens, a exemplo de João e Tiago, designados carinhosamente pelo Mestre de “folhos do trovão” (MC. 3:17). Ou seja, Jesus ao formar sua equipe, ou grupo dos 12, decide mesclar jovens com os mais experientes. Pode se depreender ai um primeiro momento de valorização da juventude. Alem disso, necessários é evidenciar o método de envolver e promover o jovem mediante a formação de equipes, onde os mais novos possam a conviver com os mais experientes e, sobre tudo aprender fazendo.
Acompanhar a maneira pela qual Jesus concebia o jovem, sobre tudo na figura de João, é evidenciar um modelo pedagógico que primava pelo respeito, pela valorização do individuo e pelo afeto qual o Mestre tratava o apostolo “muito amado”.
                Certa feita, João, em uma atitude intempestiva, possivelmente decorrente ainda de certa concepção institucionalista, aborda Jesus, e disse: ”Mestre, vimos um homem que em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lhe proibimos por porque não seguia conosco (MC. 9: 39). Alem de orientar João de maneira assertiva, Jesus ilustra e esclarece o discípulo do porquê não realizar tal ato.
                A sensibilidade de Jesus é tanta face a situação que ele continua a ponderar seu interlocutor das causas de não proibir que outros cure em seu nome, possivelmente por compreender que João não tinha a experiência necessária para lidar com casos daquela ordem. Eis uns dos princípios da pedagogia de Jesus, intitulada pela espiritualidade “igualdade com singularidade”. Assim Jesus, busca contextualização o ensino a uma situação pessoal. “Pois quem não é contra nós, é por nós.” Porquanto aquele que vos der de beber um copo de água, em Meu Nome, por que sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. (MC. 9: 41)

A juventude nos centros

                A afetividade no trato com o jovem pode ser vislumbrada ainda no episodio em que junto a cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela, e Maria, mulher de Coplas, e Maria Madalena. Jesus vendo Sua mãe e junto dela o discípulo amado, disse: Mulher, eis ai teu filho. Dessa hora em diante o discípulo a tomou para casa (J 19:25 a 27). Deste modo, estariam dados os parâmetros para que os dirigentes espíritas pudessem pensar e repensar suas posturas face a questão da juventude em sua casa.
                Alguns desses princípios são:
                *Ser afetuoso e atencioso com o jovem e tratá-lo com um espírito munido de experiência milenar, não como uma criança, enfim, tratá-lo com o respeito que merece.
                *Delegar tarefas para que os jovens se sintam valorizados e, mais do que isso, acreditar neles.
                *Ouvir o que os jovens pensam a respeito da estrutura da casa espírita das atividades desenvolvidas etc...
                Incluir o jovem na dinâmica da casa e não somente deixá-lo isolados nas reuniões da mocidade.
                *Contextualizar o conhecimento espíritas á vida do jovem, seu momento e suas singularidades.
                A pedagogia espírita, ao valorizar o educando, neste caso o jovem, como um ser transcendente e dotado de experiências milenares, colabora para o rompimento da idéia, ainda vigentes em muitos educandários espíritas, normalmente para firmar a tese que ela ainda não está preparado para assumir responsabilidades. A pedagogia espírita, como o próprio Jesus, tem disse, tem que começar a incentivar o jovem, reconhecer a importância dele para o futuro.  

Jesus, nem Deus, nem homem comum

                Afinal quem é o espírito daquele que é considerado o Mestre dos mestres?
                As tradições das igrejas fizeram de Jesus um mito. Ele seria Deus encarnado na terra e com isso, seria impossível imitá-Lo seguir Seus passos, por que Deus é único, inimitável.
                Allan Kardec, porém mostrou no livro Obras Póstumas que Jesus nunca se declarou Deus, ao contrario, o titulo que se atribui constantemente era o de “Filho do homem” mostrando, com isso, a sua humanidade.
                Alguns então hoje em dia, como nos filmes a ultima tentação de Cristo ou O código da Vinci, querem dizer que Jesus era um homem como qualquer outro: Que teve relações sexuais com Maria Madalena, Que se enraivecia, tinha fraquezas, duvidas... Mas nada disso é comprovado Historicamente.
                Ocorre que a melhor explicação para a figura de Jesus é a visão espírita.
                Não se trata de Deus encarnado, por que Deus é infinito, imaterial, sustenta o universo infinito e nunca poderia se restringir num corpo humano, mas também não se trata de um homem comum. É um espírito muito superior, que já atinge um grau de perfeição do qual os seres humanos na terra ainda estão longe.


TEXTO ESCRITO PELO CENTRO ESPÍRITA LUZ DIVINA.
FOTO: GOOGLE.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Reencarnação




Reencarnação

 O nascimento de um filho desejado pelos pais é um acontecimento bastante festejado. Grande parte das famílias aguarda esse momento “mágico” com expectativas, preparativos, presente e muita alegria. Porém, em outros casos pode ser um momento difícil, marcado por manifestações, medo, sofrimento e até repulsa.
No entanto, a vinda de um ser a terra, de forma desejada ou não, significa uma importante conquista e oportunidade.
Sendo assim, podemos iniciar esse processo de entendimento partindo do princípio de que no corpo de um bebê habita um espírito, a qual passou por uma espécie de etapas para reassumir seu estado material. Podemos dizer que esse princípio fundamenta um processo conhecido como reencarnatório.
A reencarnação, aceita por diversos segmentos religiosos e filosóficos, é uma questão chave para o espiritismo. Para Allan Kardec, a doutrina reencarnacionista é vista com imprescindível para o melhoramento progressivo da humanidade.
Para o espírito Joana d’ Angeles, autora de diversos livros psicografados por Divaldo Pereira Franco, esse tempo pode ser entendido através da psicologia profunda. No livro “Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda”, a autora espiritual nos ensina: a psicologia espírita apoiada na experiência de laboratório, semelhante a outras doutrinas palingenéticas toma o nascer de novo como paradigma para a sustentação da divina justiça e para o mecanismo experiencial da conquista do Eu Profundo, cada vez mais sutil e triunfado sobre as dificuldades do processo de desenvolvimento pessoal, demonstrando que todo o efeito provém de uma causa semelhante e a cada semeadura corresponde uma colheita equivalente.
A reencarnação, desse modo, é também um processo psicoterapêutico de amor Divino, de justiça magnânima que a todos faculta os méis de evoluir a esforço pessoal, dignificando e identificando cada criatura com as suas conquistas pessoais intransferíveis, que se desenvolvem mediante a libertação da retaguarda das trevas de ignorância e de perversidade, no rumo de um permanente processo de realizações e de paz.
Num outro enfoque dado ao processo reencarnatório é descrito minuciosamente pelo médico e escritor espírita Jorge Andrea em seu livro Palingênese, a grande lei - reencarnação. Nele o autor faz refletir, a todos, sobre a idéia palingenética, termo que quer dizer reencarnação, renascimento moral, regresso à vida após a morte.
Segundo Andrea, a palingênese atravessou a história da humanidade com todos os matizes da época. Nos dias de hoje, desloca-se da filosofia e segue em busca da biologia para explicar muitos fenômenos da vida.
O fenômeno palingenético é o único capaz de explicar o desequilíbrio e divergência das condições dos nascimentos, com toda a sequência de fatos sociais que se impõe. Andrea diz que todo ser está justificado em face das suas próprias obras. As experiências, realizações, emoções positivas ou negativas, faltas, tudo enfim repercute no próprio eu. O resultado está ligado à conduta de cada um e para que a evolução se concretize, só o trabalho e o esforço têm significados reais.
Andrea afirma também que não importa como uma bandeira religiosa possa oferecer a salvação; esta salvação representa exclusivamente a aquisição de cada um nas realizações e cumprimento de deveres. O aspecto externo que apresenta o que diz e afirma, nada representa em face do que faz e do que se constrói e cria.
Da zona espiritual aos neurônios da zona consciêncial, portanto, dos núcleos em potenciação aos centros cerebrais surgem às necessárias informações e influências para que o indivíduo encarnado possa desenvolver, no sentido de melhora, os instintos adquiridos e, cada vez mais, ampliar positivamente, por absorção, os seus vórtices espirituais.
Para que o processo palingenético fique mais claro será necessário fazermos algumas considerações: Os espíritos encarnados têm uma possibilidade maior de evolução quando atendem no trabalho cotidiano, a um código harmônico na conduta. Nos desencarnados, embora se absorva a evolução, esta deverá ser mais lenta e difícil, segundo Andréia. Isso porque a ausência da zona consciente, ou seja, do elemento corpóreo, além de dar o contraste dimensional de renovação fornece o véu do esquecimento.
Os espíritas desencarnados que ainda não conseguiram a evolução suficiente e, portanto, uma modificação no seu peso específico continua sofrendo as influências do seu orbe, divergindo daqueles que, já livres das vibrações densas do seu envoltório perispiritual (psicossoma) conseguiram alcançar vôos para destinos superiores.
Os que ficam em nosso sistema aguardam as oportunidades de novas etapas palingenéticas na terra. A “reencarnação” reafirma Andrea “como todo processo fenômeno do cosmo, obedece à sua própria Lei com “precisão e segurança”.
No espírito desencarnado que se encontra dificilmente evoluído, os núcleos em potenciação da zona espiritual carregam material energético pobre e, precisam ser burilados e melhorados.
Antes vou explicar que os núcleos em potenciação são unidos ao vórtice energéticos que exercem um trabalho de orientação, ordem superior. Esses vórtices energéticos respondem pela individualidade. Quando incompletos de qualidades positivas, não tendo atingido o valor em potencial que a evolução exige, ao fim de um certo tempo de vida espiritual eles apresentam uma espécie de redução energética por um processo de neutralização (desgaste e esgotamento). Este fenômeno se caracteriza pela impossibilidade dos núcleos em potenciação absorvem do ambiente espiritual em que se encontram, material energético suficiente ao metabolismo do psicossoma, para atender os movimentos, volições e outras atividades do espírito.
Essas energias do que o espírito teria necessidade para sua sustentação são unidades especiais de uma faixa vibratória cósmica, explica Andrea.
A absorção de energia poderia se dar pelas usinas energéticas do psicossoma (chakras ou discos energéticos), porém, as diretrizes do processo estão a cargo dos núcleos em potencial.
A deficiência no mecanismo comum de absorção de elementos vitais para a vida do espírito deverá ser o ponto marcante para o início do processo reencarnatório.
Como as emissões energéticas dos núcleos em potenciação alimentam e nutrem as capas vibratórias do espírito, se esses núcleos pertencerem a um espírito de vibrações grosseiras e em fase reencarnatoria, deverá entrar no processo de neutralização naturalmente de modo muito lento, até chegar a um estado de torpor.
Os espíritos mais atrasados têm mais afinidades pela matéria (energia concentrada) e necessitam de contatos mais diretos com a mesma para o equilíbrio de seu dinamismo, seja espírito evoluído ou não, tendo ou não conhecimento do processo palingenético que o atingiu.
A reencarnação só pode ser iniciada quando houver terreno material para receber o espírito.
O entrosamento energético estabelecido pelo espírito com suas próprias vibrações inicia o processo da reencarnação ao se aproximar do psicossoma materno por sintonia. O psicossoma materno desempenha processo o papel de orientador, receptor e protetor da individualidade, que busca um organismo físico para colher novo experiências e aprendizados.
A região que corresponde ao psicossoma materno e que alberga o espírito reencarnante é a região genética (disco energético ou chakra genésico). Ela é a estação vibratória credenciada para esse fim e é ela quem comanda o setor energético no psicossoma, além do aparelho sexual do organismo físico. Sob sua orientação no momento favorável, durante a união do gameta masculino com o feminino (fecundação) e que só a aproximação definitiva do espírito à matéria. “Esse é o instante do choque biológico”.
Na fecundação, além da transformação do óvulo em ovo, ocorre a perfeita harmonização do espírito com a matéria. Segue-se a isso uma concentração, com a redução do tamanho espiritual, sob a influência de uma “carga magnética” de elevado poder. Logo depois a como que uma justa posição do espírito reencarnante ao perispirito materno, diminuindo sua espessura e fundindo-se.
Destaco que o estado vibratório do espírito reencarnante é percebido pela mãe, pelo enxerto mental, e que nesse processo muitas permutas de vibrações doentes ou sadias ocorrem de ambos os lados.
Outro ponto a ser destacado se refere ao fato do espírito reencarnante trazer consigo a própria potencialidade sexual (masculina ou feminina), antes mesmo de se instalar no ovo durante a fecundação. É essa potencialidade do espírito que influencia o óvulo no sentido de atrair e conduzir com equilíbrio o espermatozóide mais credenciado à formação do sexo do futuro ser; masculino (espermatozóide Y) ou feminino (espermatozóide X).
Sendo assim, é válido dizer que a alma se une ao corpo no mesmo momento da concepção.
As energias concentradas do psicossoma como se misturam nesse momento e representam uma única zona vibratória, só se modificando à medida que o novo corpo vai se desenvolvendo. Isso que dizer que o embrião ou o produto da fecundação acompanha a expansão e o crescimento do psicossoma, o qual trás consigo o genes do cromossomo originados na zona dos núcleos em potenciação.
Nos espíritos mais evoluídos que também tem suas oportunidades reencarnatórias, esclareço que o processo ocorre de maneira um pouco diferente com relação às fases, mas não quanto ao mecanismo, que em essência é o mesmo. Nesses casos, o espírito te conhecimento preciso da época em que vai reencarnar e, na maioria das vezes, escolhe sua tarefa, por ter adquirido qualidades para isso.
Os espíritos evoluídos jamais contrariam a lei, nem quebra sua harmonia; ao contrário são operários de boa vontade do trabalho universal, porém, o prêmio de liberdade é maior, quanto maior for à evolução do ser.
A necessidade reencarnatoria se anuncia, nos casos dos espíritos evoluídos por uma série de sintomas em parte semelhantes às dos espíritos evoluídos no momento da reencarnação, diferentemente dos limites do útero ou maiores extensões.
O acasalamento energético ocorre entre o quarto mês e o quinto mês de vida intra-uterina, o que significa dizer que um espírito evoluído mesmo afastado da matéria emite suas energias sem necessidades de penetração rápida na atmosfera uterina, nada acontecendo com seu estado conciencial´´, há não ser, no máximo um pequeno estado de torpor. Afirmo que em qualquer condição espiritual que um espírito se encontre entre o quarto e o quinto mês de vida intra uterina está acasalado na zona da futura glândula pineal, e é justamente nesta fase embratória que um pequeno esboço da glândula se apresenta contendo células, elementos de sustentação e vasos, alcançando cerca de 2 mm de tamanho.
A glândula pineal, ou epífise, é um órgão por onde o psiquismo profundo do espírito se expressa no soma, ou seja, na parte física; é também responsável pelo chamado sexto sentido. Sua evolução progride como também o processo energético-espiritual que impulsiona na glândula os diversos e necessários estados mentais em que o mecanismo de reflexão, meditação, do pensamento e do discernimento vão se ampliando.
Entre os seis e sete anos de idade é que se considera como definitiva e concluída a reencarnação, e também a glândula pineal alcança sua estrutura.
Desde o início de sua formação, a pineal está ligada ao aspecto sexual, informa, e na fase embrionária deve fixar condições que lhe permitam participar da organização perispiritual. Suas funções ligadas ao sexo (personalidade) e ao psicossoma (individualidade) dão a ela a categoria de mais alta estrutura do corpo físico.
Ao extrair a pineal de um ser humano teremos “idiota”, sem vontade, sem personalidade, sem equilíbrio e sem função sexual. Sua inexistência atinge a totalidade do sono e impossibilita a manifestação espiritual. Daí por que sua grande na fenomenologia mediúnica.
Contudo, até que o homem atinja alta espiritualidade e se desligue desse orbe para outros fins e destinos, terá que sofre periodicamente de acordo com as imutáveis leis cósmicas, o processo renovador e lógico da reencarnação.


TEXTO DE AUTORIA DO CENTRO ESPÍRITA LUZ DIVINA.

Espiritismo: Religião, Ciência, Filosofia e Moral


Espiritismo: Religião, Ciência, Filosofia e Moral

Vamos iniciar o estudo da divulgação da doutrina espírita. Começar a apreciar os princípios do espiritismo, mas particularmente: eles explicam tudo; são a evolução ou progressão dos espíritos -> que mostra a nossa peregrinação desde o nada até o hoje-> e o livre arbítrio-> a liberdade natural de sermos nós mesmos. Vamos começar a realizar o nosso auto conhecimento. O espiritismo não para na filosofia. Convidamos ao cientificar, ou seja, experimentar o que pensa, para a comprovação ou descarte dessa idéia. Com isso é a transformação moral que nos interessa, porque é só com ela que evoluímos, coisas, idéias, sentimentos, comportamentos parados só tem um caminho: estragam e precisam ser jogados fora. Falamos de dois aspectos do espiritismo? Não. De três. Olha a moral na minha resposta. E é justamente o tema deste ensino: a moral.

O que é moral?

É considerado como um conjunto de regras a ser seguidas, separando o bem o mal. Por isso se fala que tal pessoa tem moral e outra não. Esse conceito é o que chamo de moral tradicional, mas eu não penso assim. Reconheço o papel circunstancial das regras e também sua colaboração na formação das mentalidades dos valores, mas já é hora de trocar regras por bom censo, regras limitam, põe no exterior a solução das questões interiores. O bom senso, senso do que é o melhor em cada situação observada, amplia os nossos horizontes, derruba o preconceito e nos coloca na postura correta frente à responsabilidade por nossos atos. Para mim, então, moral é comportamento consigo, com os outros e com tudo que tenho acesso. Se essa definição parecer simples, digo que é isso que gosto, das coisas simples de se entender para ser simples de se viver.
Allan Kardec disse que o espiritismo é uma filosofia moral e que também é uma ciência com consequências morais. Se moral é a consequência, é porque há modificações comportamentais quando vivo segundo o espiritismo. Em nenhum momento Kardec desvia regras de conduta, mas, abre muitas reflexões sobre esse assunto, principalmente quando estuda as lições de Jesus à luz do espiritismo, destacando que o valor da presença d'Ele entre nós, está nos seus ensinos e nos seus exemplos que formam uma herança moral. Jesus também não estabeleceu regras, ao contrário, redefiniu os mandamentos de modo amplo, demonstrando que cada um usará seus recursos próprios para entendê-los e praticá-los.
As religiões basicamente criaram em nosso passado histórico as regras morais como forma do povo obedecer as suas normas sempre impostas como sendo de Deus /ou deuses. Na verdade essas regras morais se fundamentam no temor e estimulam o medo. Medo de Deus, da punição dos atos, do inferno, do futuro, da execração pública, dos pais, da morte... Só muito mais á frente é que foram ganhando foros mais sociais e gerais, englobando alguns valores eternos, como por exemplo, não tirar a vida de outro. A justiça humana se baseia nessas normas, embora muitas sejam só usos e costumes próprios de cada povo, em determinada época. É claro que hoje estamos livres o suficiente para ampliar essas concepções. É a evolução social. Por isso mesmo, para mim, a moral não precisa de regras e sim de entendimento sob como a vida funciona.
Kardec viu no espiritismo “um mundo novo, de coisas novas”, uma verdadeira revolução no campo das idéias. Isso envolve a moral tradicional cristã e as religiões. Por isso, Kardec argumenta que se a pessoa quiser entender o espiritismo como religião, logicamente poderá fazê-lo, mas precisa primeiro examinar qual conceito tem porque ele não se encaixa na idéia comum estando mais próxima dos sentimentos de convicção com o Todo e com o Criador. A ligação entre moral e religião, está no fato de as religiões quererem estabelecer regras de conduta para as pessoas seguirem e irem para o céu.Também a idéia de um Deus humano, com comportamento humano, passível de amores e de iras, mas com poderes sobrenaturais, até em relação à vida e à morte, gerou a idéia de que somos coitadinhos, pequenininhos, incompetentes e que para merecermos algo precisamos implorar e nos mostrar melhores do que somos, nem que seja só por aparência. As regras seriam a garantia de acertar e não desagradar o Deus.
“Obedeça cegamente as regras da religião, quero dizer, de Deus, ou seja, considerado respeitável, digno, e irá para o céu, se não queimará no fogo do inferno.”
Não podemos confundir moralidade e caráter.
Caráter é especificidade global do indivíduo, é a soma de suas características, sua marca registrada. É o mesmo que temperamento. É como vamos nos tornando no passar dos séculos.
Moralidade são todos os seus sentimentos, pensamentos e atos, íntimos e exteriorizados, e nas particularidades. A melhoria moral aprimora o caráter.
Para nós espíritas há um ideal de moral, e é ser como Jesus. Imaginemos quanto tempo ainda falta para isso. É notório que precisamos de referências, ponto de comparação para nos entendermos e para distinguirmos o que são valores. É assim por que nosso grau evolutivo é o das complicações mentais, muita teorização, palavras mil, por que estamos começando a nos conhecer. Espíritos superiores são simples no pensar e no agir. Quero dizer: são sem complicações, mas não são simplórios. Ainda nos atrapalhamos ao lidar com sentimentos, com emoções e quanto mais esses fatores entram nas questões, mas nos perdemos. É recente a descoberta do aspecto emocional da inteligência, por exemplo: tolhemos a naturalidade de uma criança por medo que se machuque, sofrendo se alguém nos maltrata, achamos que a rigidez de regras é garantia de boa conduta, aplaudimos lobos bem falantes em pele de ovelha... Enfim, uma série de coisas que todos fazemos ainda, por que não conseguimos distinguir, discernir, além de um tanto. O grau do discernimento é fruto da evolução pessoal. Não pode ser comprado ou transferido, por isso os espíritos da codificação nos apresentaram Jesus como pessoa de melhor conduta humana, pois estudando seu comportamento, de modo possível no momento presente, vamos entendendo como agir com mais equilíbrio.
Não existe relação entre mediunidade e moral. Qualquer pessoa possui, em variados de funcionamento por que ela é um potencial, uma faculdade inerente aos seres humanos, que possibilita a comunicabilidade com os desencarnados. Essa independência da mediunidade é outra faceta dentre as inúmeras que temos. Sendo nossa, podemos usar a mediunidade como bem entendermos. O livre arbítrio de que somos dotados nos garante isso.
A capacitação mediúnica é independente da moral e o desenvolvimento mediúnico, então não é sinônimo de moral elevada. Pode até chocar as pessoas mais sonhadoras, mais há excelentes médiuns cuja moral deixa muito a desejar. Assim como há pessoas com moral excelente e mediunidade pouco ou nada desenvolvida. Se deixarmos de lado as tradições, ilusões e tendências ao endeusamento, um pouco que seja poderemos observar o que foi dito. O espiritismo acabou com os gurus, mas nós não...
Lógico que a moral de cada um estabelece afinidades espirituais semelhantes. Se for de boa qualidade, bons companheiros, se não for... Mas que fique bem claro, que a mediunidade nada tem haver com o tipo moral e nem é ela que atrai os espíritos.
Após todos esses milênios da existência dos seres humanos na terra incluindo os desencarnados, penso que evoluímos moralmente enquanto foi possível, e que há muito mais gente boa e construtiva do que se imagina, por que quem é assim ta ocupada com seus afazeres e não em busca de promoção social. Apesar das religiões temos crescidos na coragem de ser nós mesmos, de repudiar idéias, imposições descabidas e de cultivar o “Deus” que há em nós.

A Verdade...

            Alan Kardec morava num pequeno apartamento de fundos no segundo andar de um prédio em Paris. Grande parte de seu trabalho na elaboração da doutrina espírita, foi feita em seu gabinete, nesta residência, que dividia com sua esposa Amélie Gabrielle Boudet. Em uma noite de 1856, a senhora Kardec  voltava às 22hs e estranhou o barulho de pancadas no gabinete do marido. Kardec investigou, mas sem descobrir nada. No dia seguinte ele foi à casa do Sr. Baudin, que promovia reuniões espíritas quinzenais, e cujos médiuns eram suas duas filhas. Kardec narrou os fatos e pediu explicações aos espíritos, estes revelaram que as pancadas tinham sido provocadas por um espírito familiar, ou guia espiritual de Kardec.

Kardec perguntou:
-Meu espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradece-te, teres vindo visitar-me. Consentirá em dizer-me quem és?
-Para ti, chamar-me-ei a VERDADE, e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora estarei à sua disposição.
Kardec como um grande pesquisador, ainda fez muitas perguntas, para tentar saber o nome dele.     
Anos depois Kardec  descreveu conforme publicado no seu livro Obras Póstumas, a importância desse escrito, cuja superioridade ele então estava longe de imaginar, jamais de fato o faltou.
Naquele ano de 1856, o Espírito da verdade revelaria características exigidas daquele que desempenharia a missão de confiador da Doutrina Espírita, de acordo com o livro Obras Póstumas  disse: "Ora bem! Não poucos  recuam quando, em vez de uma estrada florida, só vêem sob passos urzes, pedras agudas e serpente. Para tais missões não basta inteligência, faz-se mister, primeiramente, para agradar à Deus, humildade, modéstia e desinteresse, visto que Ele abate os orgulhos, os presunçosos e os ambiciosos. Para lutar contra os homens, são indispensáveis  coragem, perseverança  e inabalável  firmeza. Também são de necessidade prudência e fato, a fim de conduzir as coisas de modo conveniente e não lhes comprometer o êxito com palavras ou medidas intempestivas exigem-se, por fim, devotamente, abnegação e disposição a todos os  sacrifícios. Vês, assim, que  a tua missão está subordinada a condições que dependem de ti."
Quem poderia atender a tão exigente lista de qualidade? Qual seria a resposta de Kardec? Disse ele numa confissão de fé-presente no mesmo livro- representada por uma belíssima prece.
"Espírito de verdade, eu agradeço os teus sábios conselhos aceito tudo, sem  restrição  e sem idéia preconcebida. Senhor! Pois que te dignaste lançar os olhos sobre mim para cumprimento dos teus desígnios, faça-se a tua vontade! Está  nas tuas mãos a minha vida, dispõe do teu servo. Reconheço a minha fraqueza diante de tão grande tarefa; a minha boa vontade não desfalecerá; forças, porém, talvez me traiam. Supre a minha deficiência; daí-me as forças necessárias físicas e morais que me forem necessárias. Ampara-me nos momentos difíceis e, com o teu auxílio e dos teus celestes mensageiros, tudo envidarei para corresponder aos teus  desígnios."

FALANGE:

              A resposta de Kardec trazia em si mesma as evidências das qualidades exigidas pelo seu espírito guia. Demonstrou humildade, perseverança, desprendimento, além dos outros tantos pré-requisitos de sua grandiosa missão. No dia 1  de janeiro de 1867, dez anos depois, Kardec escreveu uma nota à margem psicografada e atestou que ela se realizou em todos os pontos, pois havia experimentado integralmente as vicissitudes que lhes foram preditas: "Andei,  graças, porém, à proteção a assistência dos bons espíritos que incessantemente me deram manifestas provas de solicitude, tenho a ventura de reconhecer que nunca senti o menor desfalecimento ou desânimo e que prossegui, sempre com o mesmo ardor, no desempenho da minha tarefa, sem me preocupar com a maldade de que era objeto. Segundo a comunicação de Espírito Verdade, eu tinha que contar com tudo isso e tudo se verificou, mas também, a par dessas vicissitudes, vendo a obra crescer de maneira tão prodigiosa! Com que compensações deliciosas foram pagas as minhas tribulações!..."               
                Se o espírito de verdade comandava, por assim dizer, as atividades no plano espiritual, Allan Kardec fazia o mesmo no plano material. A falange do consolador se apresentava; desta vez, porém, os batedores estavam encarnados, constituíam a ponta-de-lança a vanguarda terrena. E seu chefe, seu comandante, seu orientador, era o professor Rival, um homem de 50 anos largamente provado, intensamente preparado para grande missão.

 HÁ 2000 ANOS

                O anúncio de que o espírito verdade viria ao mundo para recordar seus ensinamentos, e oferecer outro, foi feito por Jesus, há dois mil anos. O relato dessa profecia está no evangelho de João. “ Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará o consolador, a fim de que fique eternamente convosco. O espírito de verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o conhece. Mas, quando a vós, conhecê-lo-eis porque ficará convosco e estarás, em vós. Porém o consolador, que é o santo espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito (Jó: CAP 14 : 15 a 17 e 26).
                O espiritismo veio, assim como Kardec explicou, na época predita cumprir essa promessa do Cristo, e que preside ao seu advento, o espírito de verdade. “O espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, por quanto fala sem figuras, nem alegorias, levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da terra e a todos que sofrem, atribuindo causas justas e fim útil a todas as dores" esclareceu Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
                Dessa maneira realiza o que Jesus disse do consolador prometido: O conhecimento de todas as coisas – fazendo que o homem saiba de onde vem, para onde vai e porque está na terra, atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

Revelação:

                 Kardec não desvendou explicitamente a identidade de seu guia, o Espírito De Verdade, em nenhuma de suas obras. No entanto, deixou uma referencia bastante reveladora. O codificador publicou uma psicografia, em 18860, em o Evangelho Segundo O Espiritismo, registrando como autor o Espírito De Verdade. No entanto, ao divulgar essa mensagem anos antes, em o livro dos médiuns, ela havia revelado que o espírito a tinha assinado com outra identidade. “Esta comunicação, obtida por uns dos melhores médiuns da sociedade espírita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito não nos permite reproduzir, senão sob todas as reservas, tão grande seria o insigne favor de sua autenticidade e porque dele se há muitas vezes abusado demais, em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de JESUS DE NAZARÉ" afirmou Kardec.
                E então, sobre a mesmo mensagem acrescentou: "Na comunicação... Apenas uma coisa reconheceu: É a superioridade incontestável da linguagem e das idéias, deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele a que ela traz o nome não a renegaria."
                Deixo a vocês um trecho dessa mensagem, para que reflitam sobre as palavras do Espírito que se identificou com o nome de JESUS DE NAZARÉ, e que Kardec em o Evangelho Segundo o Espiritismo, substituiu pelo nome de seu Guia Protetor, Espírito Verdade:
                “Venho,  como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me: O espiritismo, como fez antigamente a minha palavra, tem que lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: O Deus bom, o Deus grande, que faz com que germine as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina Divina. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da humanidade. E disse: Vinde a mim, todos vós que sofreis. E termina a mensagem conclamando.”Espíritas amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instrui-vos, este é o segundo". No cristianismo encontra-se todas as verdades são de origem humana, os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. “Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”
                Enquanto o espiritismo propõe a união da filosofia, ciência e religião; Jesus, fazendo uso dos termos disponíveis em seu tempo, dizia ser sua doutrina: o caminho, a verdade, e a vida. SE considerarmos que a filosofia é a procura de um caminho, a ciência em busca da verdade, e a vida representada pela religião natural, podem concluir que o cristianismo e o espiritismo são uma só doutrina, instrumentos indispensáveis para construção de uma nova era.

Nota: O Espírito Verdade participou de todas as obras da codificação, seja como autor ou inspirador, mas sobre tudo na direção e organização espiritual da doutrina espírita. Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, esse Espírito escreveu diversos textos em varias partes do livro. E no cap. VI, o trecho dedicado á instruções dos espíritos, itens 5,6,7,8, trouxe, exclusivamente mensagens tuas, de 1860 a 1863 leiam estes trechos com atenção. E a verdade será revelada, entre seus olhos.

domingo, 18 de agosto de 2019

Mediunidade - Conceito e Tipos


Mediunidade - Conceito e Tipos
Ä Mediunidade - Conceito:
Lamartine Palhano Jr. em seu "Dicionário de Filosofia Espírita", conceitua mediunidade como sendo uma faculdade inerente ao homem que permite a ele a percepção, em um grau qualquer, da influência dos Espíritos. Não constitui privilégio exclusivo de uma ou outra pessoa, pois, sendo uma possibilidade orgânica, depende de um organismo mais ou menos sensitivo.
Ä Mediunismo:
Alexander Aksakof, em 1.890, empregou o termo mediunismo para designar o uso das faculdades mediúnicas. A prática do mediunismo não significa que haja prática de Espiritismo propriamente dito, visto que a mediunidade não é propriedade do Espiritismo.
Ä Mediunato:
Missão mediúnica da qual está investido um médium. Esta expressão foi criada pelos próprios Espíritos: "Deus me encarregou de desempenhar uma missão junto aos crentes a quem ele favorece com o mediunato" - Joana d’Arc (Capítulo XXXI, comunicação XII, em "O Livro dos Médiuns" de Allan Kardec.
Ä Médium:
(Do latim: medium = meio; intermediário; medianeiro). Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens; aquele que em um grau qualquer sente a influência dos Espíritos de modo ostensivo.
Como já foi mencionado, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos, é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, privilégio exclusivo, donde se segue que poucos são os que não possuem um rudimento dessa faculdade. Pode-se, pois, dizer que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Ä A Predisposição Mediúnica:
A predisposição mediúnica independe do sexo, da idade e do temperamento, bem como da condição social, da raça, da cultura, da religião, da inteligência e até mesmo das qualidades morais. Todavia, quanto mais elevado for moralmente o médium, melhor instrumento este se tornará à Espiritualidade.
Ä O Desenvolvimento da Faculdade Mediúnica:
O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da sua assimilação pelo dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando exista o princípio; não podendo, consequentemente, quando o princípio não existe.
As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos respectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afinidade existente entre os dois fluidos. Alguns há que se combinam facilmente, enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para que uma pessoa se comunique indistintamente com todos os Espíritos.
Combinando os fluidos perispiríticos os Espíritos não só transmitem aos médiuns seus pensamentos, como também chegam a exercer sobre eles uma influência física, fazem-nos agir e falar à sua vontade. Todavia, a elevação moral do médium e seu controle sobre a faculdade que possuí impedirá que os Espíritos inferiorizados se adonem da sua faculdade e paralisem-lhe o livre arbítrio.
Podem os espíritos manifestar-se de uma infinidade de maneiras, mas não o podem senão com a condição de acharem uma pessoa apta a receber e transmitir impressões deste ou daquele gênero, segundo as aptidões que possua. Da diversidade de aptidões decorre que há diferentes espécies de médiuns.
Ä Mediunidade – Classificação segundo seus Efeitos:
Os fenômenos dos efeitos mediúnicos podem ser de duas ordens:
1.    Fenômenos de Efeitos Materiais, Físicos ou Objetivos:
São os que sensibilizam diretamente os órgãos dos sentidos dos observadores. Podem se apresentar sob variadas formas, tais como:
·         Materialização – de objetos, de Espíritos, etc.
·         Transfiguração – modificação dos traços fisionômicos do próprio médium.
·         Levitação – erguimento de objetos e/ou pessoas, contrariando a Lei da Gravidade.
·         Transporte – entrada e saída de objetos de recintos hermeticamente fechados.
·         Bilocação ou Bicorporiedade – aparecimento do Espírito do médium desdobrado sob forma materializada, em lugar diferente ao do corpo.
·         Voz Direta – vozes dos Espíritos que soam pelo ambiente, independentemente do médium (em termos), através de uma garganta ectoplasmática. Vide ao final significado de ectoplasma.
·         Escrita Direta – Palavras, frases, mensagens, escritas sem a utilização da mão do médium.
·         Tiptologia – Sinais por pancadas formando palavras e frases inteligentes.
·         Sematologia – Movimento de objetos sem contato físico, traduzindo uma vontade, um sentimento, etc.
1.    Fenômenos de Efeitos Intelectuais ou Subjetivos:

São os que ocorrem na esfera subjetiva, não ferindo os cinco sentidos, senão a racionalidade e o intelecto. Podem se apresentar das seguintes formas:

·         Intuição – Uma modalidade de telepatia, quando a transmissão do pensamento se dá por meio do Espírito do médium, ou melhor de sua alma. Ela recebe o pensamento do Espírito que se manifesta e o transmite. Nessa situação o médium tem consciência do que fala ou escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.
·         VidênciaFaculdade anímica ou mediúnica que permite a uma pessoa perceber imagens da vida espiritual, e mesmo da vida corpórea, independentemente do tempo e da distância.
·         Audiência – Da mesma forma, faculdade anímica ou mediúnica que permite a uma pessoa escutar os sons do mundo espiritual.
·         Desdobramento – Estado no qual o Espírito do percipiente desloca-se e vai até outros lugares, distantes ou não, fora da dimensão tempo/espaço, e descreve o que vê e o que faz.
·         Psicometria – Faculdade que tem o médium de estabelecer contato com toda a vida psíquica de alguém, coisa ou ambiente, podendo perscrutar o passado, o presente e o futuro, bastando para isso que entre em contato com o nome ou um objeto relacionado.
·         Psicografia – É a escrita sob a influência dos Espíritos. Os Espíritos escrevem, impulsionando a mão do médium, seja por uma forte intuição, por um controle parcial do centro motor e com ciência do médium ou por uma ação mecânica absoluta.
·         Psicofonia – Fenômeno mediúnico que, associado ou não a outras modalidades da mediunidade, possibilita a um Espírito falar através do aparelho fonador do médium
À generalidade destes dois últimos tipos de fenômenos intelectuais (psicografia e psicofonia) tem-se denominado vulgarmente de "Incorporação Mediúnica". Ressalte-se, todavia, que não ocorre a "introdução" do Espírito no corpo do médium, mas, sim, uma associação de seus fluidos com os do médium, resultantes das faixas vibratórias em que se encontrem e que pela lei de sintonia e da assimilação se identificam formando um complexo - Emissor - (Espírito – desencarnado) e Receptor (médium).
 
Ä Classificação dos Médiuns:
Inicialmente, podemos classificar os médiuns em:
Médiuns Facultativos ou Voluntários
Médiuns Naturais ou Involuntários
 
1.    Médiuns Facultativos ou Voluntários:
Só se encontram entre pessoas que tem conhecimento mais ou menos completo dos meios de comunicação com os Espíritos, o que lhes possibilita servir-se, por vontade própria, de suas faculdades. Não que realizem quando queiram os fenômenos, pois sem a vontade do Espírito que se irá comunicar nada conseguirão, porém, são senhores da faculdade que possuem, não permitindo que se dêem comunicações extemporâneas e em momentos impróprios. Sabem que possuem a faculdade e se predispõem ao intercâmbio com o mundo dos Espíritos.
2.    Médiuns Naturais ou Involuntários:
Também denominados "Inconscientes", pelo Codificador, por não terem consciência da faculdade que possuem. São aqueles cuja influência se exerce a seu mau grado. Existem entre as pessoas que nenhuma idéia fazem do Espiritismo, e nem dos Espíritos, até mesmo entre as mais incrédulas e que servem de instrumento, sem o saberem e sem o quererem. .
Os fenômenos espíritas de todos os gêneros podem operar-se por influência destes últimos, que sempre existiram, em todas as épocas e no seio de todos os povos. A ignorância e a credulidade lhe atribuíram um poder sobrenatural e, conforme os tempos e os lugares, fizeram deles santos, feiticeiros, loucos ou visionários. O Espiritismo mostra que com eles, apenas se dá a manifestação espontânea de uma faculdade natural.
Ä Classificação Geral dos Médiuns:
·         Médiuns de Efeito Físicos - São os mais aptos, especialmente, à produção de fenômenos materiais, como movimentos de corpos inertes, os ruídos, a deslocação, o levantamento e a translação de objetos, etc. Sempre neste fenômenos há o concurso voluntário ou involuntário de médiuns dotados de faculdades especiais.
·         Médiuns Sensitivos ou Impressivos - São pessoas suscetíveis de pressentir a presença dos Espíritos, por impressão vaga, como ligeiro atrito em todos os membros, fato que não logram explicar. Tal sutileza pode essa faculdade adquirir; que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do Espírito que lhe está ao lado, mas também a sua individualidade.
·         Médiuns Audientes - São médiuns que ouvem os Espíritos. Algumas vezes é como se escutassem uma voz interna que lhes ressoasse no foro íntimo; doutras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva.
·         Médiuns Psicofônicos ou Falantes - É a faculdade que permite aos Espíritos, utilizando os órgãos vocais do encarnado, transmitirem a palavra audível a todos que presentes se encontrem.
É a faculdade mais freqüente em nosso movimento e possibilita o intercâmbio com o mundo extracorpóreo.
É através dela que os desencarnados narram, quando podem/desejam, os seus aflitivos problemas, recebendo dos orientadores, em nome da fraternidade cristã, a palavra do esclarecimento e da consolação.
O pensamento do Espírito antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando disso a propriedade que tem o medianeiro, "em tese" de fazer ou não fazer o que a entidade pretende.
Também os Mentores Espirituais, Espíritos trabalhadores da grande Seara do Pai, utilizam esta possibilidade de intercâmbio para esclarecerem, orientarem, confirmando a continuidade do labor nas duas esferas da vida.
Obs: - Os médiuns falantes, de maneira geral são intuitivos ou conscientes, sendo o intérprete ou mensageiro. O estilo, o vocabulário, a construção das frases são suas, mas a idéia é do Espirito.
Os médiuns psicofônicos semiconscientes conservam o estilo e a idéia do Espírito que se comunica e nos, psicofônicos inconscientes, geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz.
·         Médiuns Videntes - São dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. É raro esta faculdade permanecer por muito tempo; quase sempre é efeito de uma crise passageira.
·         Médiuns Sonambúlicos - Nesta ordem, são duas as categorias de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos:
a) Quando o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos e emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; são idéias suas, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos estão mais dilatados, porque tem livre a alma.
b) Como médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si. O médium sonambúlico, em estado de emancipação da alma pode facultar a comunicação. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos.
·         Médiuns Curadores - Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Exemplo maior Jesus. Geralmente a faculdade é espontânea e, embora haja a utilização do fluido magnético, alguns médiuns curadores jamais ouviram falar do magnetismo. Ex: - benzedeiras.
·         Médiuns Pneumatógrafos - Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta. Esta faculdade é bastante rara. Desenvolve-se pelo exercício; mas sem utilidade prática. Se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações.
·         Médiuns Escreventes ou PsicógrafosSão os médiuns aptos a receber a comunicação dos Espíritos através da escrita. Como afirma Allan Kardec, "de todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples, o mais cômodo e, sobretudo o mais completo". Para eles devem tender todos os esforços, porquanto permite se estabeleçam, com os Espíritos, relações tão continuadas e regulares, como as que existem entre nós. Deve ser desenvolvido com muita responsabilidade pois é através dessa faculdade que os Espíritos revelam melhor sua natureza e o grau do seu aperfeiçoamento, ou a sua inferioridade. Para o médium, a faculdade de escrever é, além disso, a mais suscetível de desenvolver-se pelo exercício e proporciona a todos um exame acurado e minucioso da mensagem recebida.
Os médiuns psicógrafos podem ser classificados em:
a) Médiuns Mecânicos – O Espírito atua diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. O que caracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta, por parte do médium, do que sua mão escreve. Ela se move sem interrupção, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e para, assim que ele acaba. Neste tipo de mensagem, a escrita vem antes do pensamento.
b) Médiuns Intuitivos – Neste caso, o Espírito não atua sobre a mão para movê-la, mas, atua sobre a alma do médium, identificando-se com ela e imprimindo-lhe sua vontade e suas idéias. A alma recebe o pensamento do Espírito comunicante e o transcreve. Nesta situação, o médium escreve voluntariamente e tem consciência do que escreve, embora não grafe seus próprios pensamentos. Podemos dizer, que nestes casos, o pensamento vem antes da escrita.
c) Médiuns Semimecânicos – Também denominados Semi-intuitivos. Eles sentem que, à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, têm consciência do que escrevem, à medida que as palavras se formam. Neste casos, o pensamento acompanha as palavras.
·         Médiuns Polígrafos – São aqueles cuja escrita se modifica em decorrência do Espírito que se comunica, ou que são aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida.
·         Médiuns Iletrados – Os que escrevem como médiuns, sem saber ler, nem escrever, no estado ordinário. Muito raros; mais que os anteriores.
·         Médiuns Poliglotas ou Xenoglotas – São aqueles que escreve ou falam, sob a influência dos Espíritos, em idiomas que lhe são desconhecidos.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec – Segunda Parte, capítulos II, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII e XV.
No Invisível – Léon Denis – capítulos XVI à XVIII.
O Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne – Segunda parte, capítulo I.
Estudando a Mediunidade - Martins Peralva.
Apostila do COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica – do Centro Espírita Luz Eterna – Primeira, Segunda e Quarta Sessões Teóricas – Mediunidade – Conceito – Classificação e Dos Médiuns.
Dicionário de Filosofia Espírita – Lamartine Palhano Jr.