Espiritismo: Religião, Ciência, Filosofia e Moral
Vamos iniciar o estudo da
divulgação da doutrina espírita. Começar a apreciar os princípios do
espiritismo, mas particularmente: eles explicam tudo; são a evolução ou
progressão dos espíritos -> que mostra a nossa peregrinação desde o nada até
o hoje-> e o livre arbítrio-> a liberdade natural de sermos nós mesmos.
Vamos começar a realizar o nosso auto conhecimento. O espiritismo não para na
filosofia. Convidamos ao cientificar, ou seja, experimentar o que pensa, para
a comprovação ou descarte dessa idéia. Com isso é a transformação moral que nos
interessa, porque é só com ela que evoluímos, coisas, idéias, sentimentos,
comportamentos parados só tem um caminho: estragam e precisam ser jogados fora.
Falamos de dois aspectos do espiritismo? Não. De três. Olha a moral na minha
resposta. E é justamente o tema deste ensino: a moral.
O que é moral?
É considerado como um conjunto
de regras a ser seguidas, separando o bem o mal. Por isso se fala que tal
pessoa tem moral e outra não. Esse conceito é o que chamo de moral tradicional,
mas eu não penso assim. Reconheço o papel circunstancial das regras e também
sua colaboração na formação das mentalidades dos valores, mas já é hora de
trocar regras por bom censo, regras limitam, põe no exterior a solução das
questões interiores. O bom senso, senso do que é o melhor em cada situação
observada, amplia os nossos horizontes, derruba o preconceito e nos coloca na
postura correta frente à responsabilidade por nossos atos. Para mim, então,
moral é comportamento consigo, com os outros e com tudo que tenho acesso. Se
essa definição parecer simples, digo que é isso que gosto, das coisas simples
de se entender para ser simples de se viver.
Allan Kardec disse que o
espiritismo é uma filosofia moral e que também é uma ciência com consequências
morais. Se moral é a consequência, é porque há modificações comportamentais
quando vivo segundo o espiritismo. Em nenhum momento Kardec desvia regras de
conduta, mas, abre muitas reflexões sobre esse assunto, principalmente quando
estuda as lições de Jesus à luz do espiritismo, destacando que o valor da
presença d'Ele entre nós, está nos seus ensinos e nos seus exemplos que formam
uma herança moral. Jesus também não estabeleceu regras, ao contrário, redefiniu
os mandamentos de modo amplo, demonstrando que cada um usará seus recursos
próprios para entendê-los e praticá-los.
As religiões basicamente criaram
em nosso passado histórico as regras morais como forma do povo obedecer as suas
normas sempre impostas como sendo de Deus /ou deuses. Na verdade essas regras
morais se fundamentam no temor e estimulam o medo. Medo de Deus, da punição dos
atos, do inferno, do futuro, da execração pública, dos pais, da morte... Só
muito mais á frente é que foram ganhando foros mais sociais e gerais,
englobando alguns valores eternos, como por exemplo, não tirar a vida de outro.
A justiça humana se baseia nessas normas, embora muitas sejam só usos e
costumes próprios de cada povo, em determinada época. É claro que hoje estamos
livres o suficiente para ampliar essas concepções. É a evolução social. Por
isso mesmo, para mim, a moral não precisa de regras e sim de entendimento sob
como a vida funciona.
Kardec viu no espiritismo “um
mundo novo, de coisas novas”, uma verdadeira revolução no campo das idéias.
Isso envolve a moral tradicional cristã e as religiões. Por isso, Kardec
argumenta que se a pessoa quiser entender o espiritismo como religião,
logicamente poderá fazê-lo, mas precisa primeiro examinar qual conceito tem
porque ele não se encaixa na idéia comum estando mais próxima dos sentimentos
de convicção com o Todo e com o Criador. A ligação entre moral e religião, está
no fato de as religiões quererem estabelecer regras de conduta para as pessoas
seguirem e irem para o céu.Também a idéia de um Deus humano, com comportamento
humano, passível de amores e de iras, mas com poderes sobrenaturais, até em
relação à vida e à morte, gerou a idéia de que somos coitadinhos,
pequenininhos, incompetentes e que para merecermos algo precisamos implorar e
nos mostrar melhores do que somos, nem que seja só por aparência. As regras
seriam a garantia de acertar e não desagradar o Deus.
“Obedeça cegamente as regras da
religião, quero dizer, de Deus, ou seja, considerado respeitável, digno, e irá
para o céu, se não queimará no fogo do inferno.”
Não podemos confundir moralidade
e caráter.
Caráter é especificidade global
do indivíduo, é a soma de suas características, sua marca registrada. É o mesmo
que temperamento. É como vamos nos tornando no passar dos séculos.
Moralidade são todos os seus
sentimentos, pensamentos e atos, íntimos e exteriorizados, e nas
particularidades. A melhoria moral aprimora o caráter.
Para nós espíritas há um ideal
de moral, e é ser como Jesus. Imaginemos quanto tempo ainda falta para isso. É
notório que precisamos de referências, ponto de comparação para nos entendermos
e para distinguirmos o que são valores. É assim por que nosso grau evolutivo é o
das complicações mentais, muita teorização, palavras mil, por que estamos
começando a nos conhecer. Espíritos superiores são simples no pensar e no agir.
Quero dizer: são sem complicações, mas não são simplórios. Ainda nos
atrapalhamos ao lidar com sentimentos, com emoções e quanto mais esses fatores
entram nas questões, mas nos perdemos. É recente a descoberta do aspecto
emocional da inteligência, por exemplo: tolhemos a naturalidade de uma criança
por medo que se machuque, sofrendo se alguém nos maltrata, achamos que a
rigidez de regras é garantia de boa conduta, aplaudimos lobos bem falantes em
pele de ovelha... Enfim, uma série de coisas que todos fazemos ainda, por que
não conseguimos distinguir, discernir, além de um tanto. O grau do
discernimento é fruto da evolução pessoal. Não pode ser comprado ou transferido, por isso os espíritos da codificação nos apresentaram Jesus como pessoa de
melhor conduta humana, pois estudando seu comportamento, de modo possível no
momento presente, vamos entendendo como agir com mais equilíbrio.
Não existe relação entre
mediunidade e moral. Qualquer pessoa possui, em variados de funcionamento por que ela é um potencial, uma faculdade inerente aos seres humanos,
que possibilita a comunicabilidade com os desencarnados. Essa independência da
mediunidade é outra faceta dentre as inúmeras que temos. Sendo nossa, podemos
usar a mediunidade como bem entendermos. O livre arbítrio de que somos dotados
nos garante isso.
A capacitação mediúnica é independente
da moral e o desenvolvimento mediúnico, então não é sinônimo de moral elevada.
Pode até chocar as pessoas mais sonhadoras, mais há excelentes médiuns cuja
moral deixa muito a desejar. Assim como há pessoas com moral excelente e
mediunidade pouco ou nada desenvolvida. Se deixarmos de lado as tradições,
ilusões e tendências ao endeusamento, um pouco que seja poderemos observar o
que foi dito. O espiritismo acabou com os gurus, mas nós não...
Lógico que a moral de cada um
estabelece afinidades espirituais semelhantes. Se for de boa qualidade, bons
companheiros, se não for... Mas que fique bem claro, que a mediunidade nada tem
haver com o tipo moral e nem é ela que atrai os espíritos.
Após todos esses milênios da
existência dos seres humanos na terra incluindo os desencarnados, penso que
evoluímos moralmente enquanto foi possível, e que há muito mais gente boa e
construtiva do que se imagina, por que quem é assim ta ocupada com seus
afazeres e não em busca de promoção social. Apesar das religiões temos crescidos
na coragem de ser nós mesmos, de repudiar idéias, imposições descabidas e de
cultivar o “Deus” que há em nós.
A Verdade...
Alan Kardec morava num pequeno apartamento de fundos no
segundo andar de um prédio em Paris. Grande parte de seu trabalho na elaboração
da doutrina espírita, foi feita em seu gabinete, nesta residência, que dividia
com sua esposa Amélie Gabrielle Boudet. Em uma noite de 1856, a senhora
Kardec voltava às 22hs e estranhou o
barulho de pancadas no gabinete do marido. Kardec investigou, mas sem descobrir
nada. No dia seguinte ele foi à casa do Sr. Baudin, que promovia reuniões
espíritas quinzenais, e cujos médiuns eram suas duas filhas. Kardec narrou os
fatos e pediu explicações aos espíritos, estes revelaram que as pancadas tinham
sido provocadas por um espírito familiar, ou guia espiritual de Kardec.
Kardec perguntou:
-Meu espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradece-te,
teres vindo visitar-me. Consentirá em dizer-me quem és?
-Para ti, chamar-me-ei a VERDADE,
e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora estarei à sua disposição.
Kardec como um grande pesquisador, ainda fez muitas
perguntas, para tentar saber o nome dele.
Anos depois Kardec
descreveu conforme publicado no seu livro Obras Póstumas, a importância
desse escrito, cuja superioridade ele então estava longe de imaginar, jamais de
fato o faltou.
Naquele ano de 1856, o Espírito da verdade revelaria
características exigidas daquele que desempenharia a missão de confiador da
Doutrina Espírita, de acordo com o livro Obras Póstumas disse: "Ora bem! Não poucos recuam quando, em vez de uma estrada florida,
só vêem sob passos urzes, pedras agudas e serpente. Para tais missões não basta
inteligência, faz-se mister, primeiramente, para agradar à Deus, humildade,
modéstia e desinteresse, visto que Ele abate os orgulhos, os presunçosos e os
ambiciosos. Para lutar contra os homens, são indispensáveis coragem, perseverança e inabalável
firmeza. Também são de necessidade prudência e fato, a fim de conduzir
as coisas de modo conveniente e não lhes comprometer o êxito com palavras ou
medidas intempestivas exigem-se, por fim, devotamente, abnegação e disposição a
todos os sacrifícios. Vês, assim,
que a tua missão está subordinada a
condições que dependem de ti."
Quem poderia atender a tão exigente lista de qualidade? Qual
seria a resposta de Kardec? Disse ele numa confissão de fé-presente no mesmo
livro- representada por uma belíssima prece.
"Espírito de verdade, eu agradeço os teus sábios conselhos
aceito tudo, sem restrição e sem idéia preconcebida. Senhor! Pois que te
dignaste lançar os olhos sobre mim para cumprimento dos teus desígnios, faça-se
a tua vontade! Está nas tuas mãos a minha
vida, dispõe do teu servo. Reconheço a minha fraqueza diante de tão grande
tarefa; a minha boa vontade não desfalecerá; forças, porém, talvez me traiam.
Supre a minha deficiência; daí-me as forças necessárias físicas e morais que me
forem necessárias. Ampara-me nos momentos difíceis e, com o teu auxílio e dos
teus celestes mensageiros, tudo envidarei para corresponder aos teus desígnios."
FALANGE:
A resposta de Kardec trazia em si mesma as evidências das qualidades exigidas pelo seu
espírito guia. Demonstrou humildade, perseverança, desprendimento, além dos
outros tantos pré-requisitos de sua grandiosa missão. No dia 1 de janeiro de 1867, dez anos depois, Kardec
escreveu uma nota à margem psicografada e atestou que ela se realizou em todos
os pontos, pois havia experimentado integralmente as vicissitudes que lhes
foram preditas: "Andei, graças, porém,
à proteção a assistência dos bons espíritos que incessantemente me deram
manifestas provas de solicitude, tenho a ventura de reconhecer que nunca senti o menor desfalecimento ou desânimo e
que prossegui, sempre com o mesmo ardor, no desempenho da minha tarefa, sem me
preocupar com a maldade de que era objeto. Segundo a comunicação de Espírito
Verdade, eu tinha que contar com tudo isso e tudo se verificou, mas também, a
par dessas vicissitudes, vendo a obra crescer de maneira tão prodigiosa! Com
que compensações deliciosas foram pagas as minhas tribulações!..."
Se o
espírito de verdade comandava, por assim dizer, as atividades no plano
espiritual, Allan Kardec fazia o mesmo no plano material. A falange do
consolador se apresentava; desta vez, porém, os batedores estavam encarnados,
constituíam a ponta-de-lança a vanguarda terrena. E seu chefe, seu
comandante, seu orientador, era o professor Rival, um homem de 50 anos
largamente provado, intensamente preparado para grande missão.
HÁ 2000 ANOS
O anúncio de que o espírito
verdade viria ao mundo para recordar seus ensinamentos, e oferecer outro, foi
feito por Jesus, há dois mil anos. O relato dessa profecia está no evangelho de
João. “ Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele
vos enviará o consolador, a fim de que fique eternamente convosco. O espírito
de verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o
conhece. Mas, quando a vós, conhecê-lo-eis porque ficará convosco e estarás, em
vós. Porém o consolador, que é o santo espírito, que meu Pai enviará em meu
nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho
dito (Jó: CAP 14 : 15 a 17 e 26).
O
espiritismo veio, assim como Kardec explicou, na época predita cumprir essa
promessa do Cristo, e que preside ao seu advento, o espírito de verdade. “O
espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, por quanto fala sem figuras, nem
alegorias, levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem
finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da terra e a todos que
sofrem, atribuindo causas justas e fim útil a todas as dores" esclareceu Kardec
em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Dessa
maneira realiza o que Jesus disse do consolador prometido: O conhecimento de
todas as coisas – fazendo que o homem saiba de onde vem, para onde vai e porque
está na terra, atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola
pela fé e pela esperança.
Revelação:
Kardec não desvendou explicitamente a
identidade de seu guia, o Espírito De Verdade, em nenhuma de suas obras. No
entanto, deixou uma referencia bastante reveladora. O codificador publicou uma
psicografia, em 18860, em o Evangelho Segundo O Espiritismo, registrando como
autor o Espírito De Verdade. No entanto, ao divulgar essa mensagem anos antes,
em o livro dos médiuns, ela havia revelado que o espírito a tinha assinado com
outra identidade. “Esta comunicação, obtida por uns dos melhores médiuns da
sociedade espírita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito não nos
permite reproduzir, senão sob todas as reservas, tão grande seria o insigne
favor de sua autenticidade e porque dele se há muitas vezes abusado demais, em
comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de JESUS DE NAZARÉ" afirmou
Kardec.
E
então, sobre a mesmo mensagem acrescentou: "Na comunicação... Apenas uma coisa
reconheceu: É a superioridade incontestável da linguagem e das idéias,
deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele a que ela traz o nome não a
renegaria."
Deixo a
vocês um trecho dessa mensagem, para que reflitam sobre as palavras do Espírito
que se identificou com o nome de JESUS DE NAZARÉ, e que Kardec em o Evangelho
Segundo o Espiritismo, substituiu pelo nome de seu Guia Protetor, Espírito
Verdade:
“Venho, como outrora aos transviados filhos de
Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me: O espiritismo,
como fez antigamente a minha palavra, tem que lembrar aos incrédulos que acima
deles reina a imutável verdade: O Deus bom, o Deus grande, que faz com que
germine as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina Divina. Como um
ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da humanidade. E disse: Vinde a mim,
todos vós que sofreis. E termina a mensagem conclamando.”Espíritas amai-vos,
este é o primeiro ensinamento; instrui-vos, este
é o segundo". No cristianismo encontra-se todas as verdades são de origem humana,
os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada,
vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. “Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os
vencedores da impiedade.”
Enquanto
o espiritismo propõe a união da filosofia, ciência e religião; Jesus, fazendo
uso dos termos disponíveis em seu tempo, dizia ser sua doutrina: o caminho, a
verdade, e a vida. SE considerarmos que a filosofia é a procura de um caminho,
a ciência em busca da verdade, e a vida representada pela religião natural,
podem concluir que o cristianismo e o espiritismo são uma só doutrina,
instrumentos indispensáveis para construção de uma nova era.
Nota: O Espírito Verdade participou de todas as obras da
codificação, seja como autor ou inspirador, mas sobre tudo na direção e
organização espiritual da doutrina espírita. Em o Evangelho Segundo o
Espiritismo, esse Espírito escreveu diversos textos em varias partes do livro.
E no cap. VI, o trecho dedicado á instruções dos espíritos, itens 5,6,7,8,
trouxe, exclusivamente mensagens tuas, de 1860 a 1863 leiam estes trechos com
atenção. E a verdade será revelada, entre seus olhos.
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